A direção da creche onde estudava o menino João Alisson, de 3 anos, encontrado morto após ser esquecido numa van escolar, nesta semana, em São Paulo, fez, há cerca de um mês, um alerta aos motoristas sobre os cuidados e a segurança das crianças no transporte escolar.
Na mensagem, obtida pela TV Globo, a administração do Centro de Educação Infantil (CEI) reforça a importância dos condutores checarem se todas as crianças desceram dos veículos.
Tem sempre que ser verificado se há alguém responsável por ver se ficou no transporte. A capacitação dos condutores e auxiliares que ajudam deve ser muito rigorosa", diz o texto.
O alerta aconteceu logo após a morte de outro menino, registrada em novembro, também ao ser esquecido numa van escolar em São Paulo, conforme informações do portal Uol.
Nessa terça-feira (19), a Justiça concedeu liberdade provisória à motorista, de 52 anos, que esqueceu João Alisson no transporte escolar na segunda-feira (18). Ela deve comparecer em juízo mensalmente, manter o endereço atualizado, não poderá deixar a cidade por mais de oito dias sem prévia comunicação e terá de pagar fiança de dois salários mínimos. A mulher também teve o direito de dirigir suspenso, segundo o portal G1.
O que aconteceu?
João Alisson era aluno da CEI do bairro Mooca. A creche é particular, mas atua em um convênio com a prefeitura. A van onde o corpo dele foi encontrado chegou à escola por volta das 7h45 e ficou estacionada ao lado de um poste até o fim da tarde. O menino ficou no veículo nesse período, tendo sido achado debaixo dos bancos, sem vida.
Conforme a diretora da escola, Maria do Carmo Pereira, a responsável pelo transporte escolar só percebeu a ausência da criança na hora da saída dos alunos.
Perguntou para professora: 'Cadê o João?'. Aí a professora respondeu: 'o João não veio hoje'. Ela disse: 'Como que não veio, eu trouxe ele'. A professora, então, falou: 'não, você não trouxe. O João não veio para escola hoje'. Ela foi lá e encontrou a criança morta dentro da perua."
Quando as viaturas das autoridades chegaram ao local, a criança já estava com sinais de rigidez cadavérica, o que indicaria que o óbito teria ocorrido há algumas horas, conforme o Capitão Anderson, da Polícia Militar, em entrevista ao programa "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo esclareceu que consultou o Departamento de Transportes Públicos (DTP) e verificou que a van escolar, onde foi encontrada a criança, é particular e não integra a frota do transporte escolar gratuito do Município.
O DTP deve instaurar um processo administrativo para cassar o cadastro municipal de condutores escolares das motoristas vinculadas ao veículo. A licença da van, que estava regularizada, também será suspensa, segundo informações do Uol.
A Administração ainda lamentou a tragédia e informou que a Diretoria Regional de Educação (DRE) acompanha o caso, enquanto o Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA), composto por psicólogos e psicopedagogos, foi acionado para atender a família da criança.