Uma bebê foi sequestrada por uma médica dentro de um hospital de Uberlândia, em Minas Gerais, nessa terça-feira (23), e foi localizada pela Polícia nesta quarta (24). A criança tinha apenas três horas de vida quando foi levada por Claudia Soares Alves, 42, que fingiu que iria alimentá-la.
Em entrevista à CBN Brasil, a delegada Lia Valechi, à frente das investigações, disse que a bebê foi encontrada com a sequestradora em uma clínica de Itumbiara, em Goiás. No entanto, não foi informado o estado de saúde da pequena.
Mais tarde, o delegado Ricardo Chueire afirmou ao G1 que a suspeita foi presa. Ela é formada em medicina em uma faculdade de Minas Gerais e registrada no Conselho Federal de Medicina (CFM) como neurologista. Além disso, é professora acadêmica.
Entenda o caso
A bebê foi sequestrada na noite de terça-feira, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. Conforme o boletim de ocorrência registrado pela família, a criança foi levada por uma mulher que teria se passado por médica. As câmeras de segurança do local registraram o momento em que a sequestradora sai da unidade com a menina no colo e entra em um carro que a aguardava.
Nas imagens, é possível ver ainda que a sequestradora usava jaleco, máscara de proteção e crachá, para se passar de funcionária do hospital.
Testemunhas informaram à Polícia que a mulher chegou ao hospital questionando os funcionários sobre onde seria a ala da maternidade da pediatria porque teria de avaliar uma criança. Ela foi, então, conduzida até o quarto onde a bebê estava com a família.
O pai da menina, Edson Ferreira, disse, em entrevista à TV Integração, afiliada da Globo, que a sequestradora falou que levaria a bebê para se alimentar. "Entrou uma mulher disfarçada de médica falando que era pediatra, enganou todo mundo, desde os guardas aqui até lá dentro. Ela pegou a menina, falou que ia dar um leite e a gente deixou, estávamos confortáveis ali dentro e confiamos quando a mulher saiu com a menina foi embora", lembrou ele.
No entanto, devido à demora para retornar com a bebê, o pai foi atrás de informações e descobriu que a filha já não estava mais no hospital. Foi então que informou à Polícia Militar sobre o sequestro e a corporação iniciou o rastreamento para localizar os criminosos e resgatar a criança.
O caso será investigado internamente, no Hospital de Clínicas, e, também, pela Polícia.
Crime planejado
Em depoimento à Polícia, a sequestradora alegou que estaria doente e que faz uso de remédio controlado. No entanto, os investigadores não acreditam na hipótese, uma vez que a mulher teria comprado itens de bebê como fralda e carrinho.
"Ela comprou vários apetrechos para a bebê, como fralda e carrinho, o que dá informações de que ela premeditava os fatos. Ela não demonstrou motivação ou se iria ficar, registrar a bebê no nome dela ou passar para uma terceira pessoa", afirmou o delegado Anderson Pelágio à TV Anhanguera.