Autor de atentado no DF enviou mensagens em 'tom de despedida', diz filho

Chairon Luiz contou à polícia que o pai 'tinha convicções políticas, mas nada radical'

Chairon Luiz, filho adotivo do homem que morreu após disparar bombas caseiras na Praça dos Três Poderes, em Brasília, afirmou à Polícia Federal nesta quinta-feira (14) que recebeu mensagens "em tom de despedida" do pai nos últimos dias. 

Segundo ele, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, tinha "convicções políticas, mas nada muito radical".  Chairon alegou que o pai não tentava influenciar outras pessoas politicamente. 

"Após o ocorrido, ao reler as últimas mensagens passou a ter melhor compreensão dos fatos parecendo que se tratava de uma despedida", diz trecho do depoimento obtido pela GloboNews.

Em fotos publicadas nas redes sociais e apagadas há poucas horas, Chairon aparece segurando um fuzil, sem camisa. Ele relatou à PF que não tem porte de armas e CITOY que o registro foi feito durante um curso fora do Brasil. 

Em entrevista ao Metrópoles, outro filho de Francisco, Guilherme Antônio, contou que o pai ficou sem contato com familiares por meses. Wanderley havia se mudado de Santa Catarina para Brasília devido a brigas familiares.

Explosões

Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, disparou uma série de artefatos na área em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite da última quarta–feira (13). Ele morreu no local, logo em seguida, após ser atingido por uma das explosões.

O corpo só foi retirado do local na manhã desta quinta (14), 13 horas após as detonações. Até o momento, policiais ainda averiguavam artefatos e pacotes suspeitos encontrados em um trailer próximo à Esplanada dos Ministérios e na casa alugada pelo homem no DF.

Dias antes do ataque, Francisco Wanderley publicou nas redes sociais sugerindo que cometeria os crimes. Ele chegou a insinuar que faria um ataque com bombas contra alvos políticos, classificados por ele como "comunistas de merda". "Cuidado ao abrir gavetas, armário, estantes, depósito de matérias etc", escreveu em um texto que prometia colocar bombas na casa de lideranças políticas.