Aranhas mais perigosas no mundo fazem vítimas em São Paulo; conheça espécies

Ao todo, as autoridades foram notificadas sobre 149 acidentes com aracnídeos até a última quinta-feira (4)

Dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) de São Paulo mostram que, somente em 2024, já foram registrados 149 acidentes com aracnídeos nas regiões da Baixada Santista e do Vale do Ribeira.

Em mais de 50 casos, as ocorrências envolvem três das aranhas mais perigosas do mundo, cuja picada pode causar necrose da pele, amputação dos membros e até a morte

De acordo com informações obtidas pelo g1, o CVE registrou, de janeiro até a última quinta-feira (4), 73 incidentes com aracnídeos na Baixada Santista.

Destes, 22 envolveram aranhas-marrons (Loxosceles), quatro envolveram armadeiras (Phoneutria), e um foi causado por uma viúva-negra (Latrodectus), além de 46 envolvendo aranhas mais comuns e menos perigosas.

Durante o mesmo período, a entidade foi notificada sobre 76 acidentes com aranhas no Vale do Ribeira. Na localidade, 20 incidentes foram com armadeiras, 13 com marrons e 43 com outros tipos, menos nocivos.

SAIBA MAIS SOBRE AS ESPÉCIES

Aranha-marrom

Também conhecida como “aranha-violino”, a aranha-marrom não é agressiva, costumando picar humanos apenas quando pressionadas contra o corpo, segundo o Ministério da Saúde.

  • Características: possui, em média, um centímetro de corpo e até três de comprimento total. Apresenta hábitos noturnos e constrói teias irregulares, que parecem com algodão esfiapado.
  • Onde podem ser encontradas: telhas, tijolos, madeiras, atrás ou embaixo de móveis e em objetos armazenados em locais com pouca iluminação e circulação.

Aranha-armadeira

Popularmente chamada de “macaca”, as armadeiras são bastante agressivas, chegando a saltar até 40 cm de distância ao se sentirem ameaçadas.

  • Características: o corpo pode chegar a 4 cm, com 15 cm de envergadura. Também possuem hábitos noturnos e são conhecidas por serem caçadoras.
  • Onde podem ser encontradas: sob troncos, palmeiras, bromélias e entre folhas de bananeira, além de sapatos, cortinas, entulhos, materiais de construção e atrás de móveis.

Viúva-negra

Ao contrário do que o nome assustador sugere, as aranhas viúvas-negras não são agressivas, ainda de acordo com o Ministério da Saúde.

  • Características: as fêmeas chegam até 2 cm, enquanto os manos só atingem de 2 a 3 mm. O espécime realiza atividades noturnas e costuma viver em grupos.
  • Onde podem ser encontradas: próximas ou dentro das casas, em ambientes com pouca iluminação, como frestas, sob cadeiras e mesas em jardins.

RISCOS PARA A SAÚDE

No caso das aranhas-marrons, os indivíduos picados por ela podem apresentar febre, mal-estar geral, fraqueza, vômitos, náusea e mialgia. Os sintomas podem evoluir para uma insuficiência renal aguda, causada por necrose tubular.

Já as armadeiras podem causar edemas, eritemas, parestesia e sudores próximas ao local da picada, também conforme informações do ministério.

Por fim, o acidente com uma viúva-negra pode causar tremores, ansiedade, cefaléia e eritemas na face e no pescoço, além de alterações na pressão e nos batimentos cardíacos. Há registros de manifestação de distúrbios de comportamento e choque em quadros mais graves.

 FORMAS DE PREVENIR ACIDENTES

  • Inspecionar e sacudir roupas e sapatos antes de usá-los
  • Manter jardins e quintais limpos, evitando o acúmulo de entulhos, como folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção.
  • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes.
  • Afastar as camas e berços das paredes, amém de tomar cuidado para que roupas de cama e mosquiteiros não encostem no chão.