Após o presidente Jair Bolsonaro questionar a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da imunização infantil contra a Covid-19, o diretor-presidente da entidade, Antônio Barra Torres, rebateu a declaração em nota emitida neste sábado (8). As informações são do portal G1.
Na quinta-feira (6), Bolsonaro questionou os interesses da agência em aprovar a vacina para o público de 5 a 11 anos.
"Você vai vacinar o teu filho contra algo que o jovem por si só, uma vez pegando o vírus, a possibilidade dele morrer é quase zero? O que que está por trás disso? Qual o interesse da Anvisa por trás disso aí? Qual o interesse das pessoas taradas por vacina?", disse o presidente.
Na nota, o gestor responsável pela Anvisa diz que, caso o presidente tenha informações que "levantem o menor indício de corrupção" contra ele, que "não perca tempo nem prevarique" e que "determine imediata investigação policial".
"Se o Senhor não possui tais ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhos tanto cita, se retrate. Estamos combatendo o mesmo inimigo e ainda há muita guerra pela frente", acrescentou.
Vacinação infantil
A Anvisa aprovou que o imunizante da Pfizer seja aplicado em crianças de 5 a 11 anos em dezembro de 2021. Contudo, o Ministério da Saúde demorou a liberar a aplicação. O ministro da Pasta, Marcelo Queiroga, havia declarado não haver urgência em imunizar crianças contra a doença pandêmica.
Em meio à pressão, Queiroga afirmou ainda que iria pedir prescição médica para que as crianças pudessem ser vacinadas. Porém, nesta semana, o MS definiu que a documentação não será exigida.
Na última quarta-feira (5), o público infantil foi incluído no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19. O primeiro lote de fármacos para a faixa etária chega ao Brasil no dia 13 de janeiro.