Um advogado de Santos, litoral paulista, foi repreendido por uma juíza após entrar sem camisa em uma videochamada para um despacho virtual. Em um vídeo divulgado pelo g1, João Manoel Armôa Júnior aparece ao ar livre, sem camisa, enquanto a juíza afirma que "despachar com uma juíza de direito sem camisa é inadmissível".
Ao levar a "bronca", Armôa pediu à juíza que o perdoasse. A juíza determinou a expedição de um ofício para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) notificando o fato.
O despacho virtual, por definição, é um momento em que o um advogado pode conversar com um juiz sem agendamento prévio.
Para a juíza, Armôa alegou que entrou sem camisa porque estava voltando de um hospital. O advogado afirmou que se afastou do trabalho por conta de um problema renal, e que as demandas do escritório têm sido feitas pelos funcionários.
Ainda de acordo com João Manoel, o link para o despacho caiu no lixo eletrônico do e-mail e ele só ficou sabendo da convocação por meio de um aplicativo de mensagens, quando a Vara Criminal entrou em contato para confirmar a reunião.
Por isso, o advogado teria entrado na videoconferência apenas para dizer que não teria condições de fazer o despacho, mas, segundo ele, não houve tempo para se explicar.
Veja vídeo
"Ela me julgou e desligou na minha cara a videoconferência", contou Armôa. "Eu não tive direito de nada. Na verdade, eu não ia despachar com ela daquele jeito", completou.
A reportagem do g1 afirma ter recebido do advogado um atestado médico que comprova a versão relatada. O documento afirma que ele foi atendido com urgência na última quarta-feira (09) e precisava de 20 dias de repouso absoluto.
Segundo o TJ-SP, o cancelamento da reunião de despacho virtual pode ser feito por e-mail, sem necessidade da apresentação de atestado médico, mas não houve nenhum pedido protocolado por João Manoel.