Presidente da Colômbia corrige informação sobre crianças sobreviventes de queda de avião na Amazônia
Gustavo Petro pediu desculpas e disse que as buscas continuam
O presidente colombiano, Gustavo Petro, retratou-se nesta quinta-feira (18) por seu anúncio sobre o resgate de quatro crianças indígenas na floresta, após um acidente de avião em 1º de maio.
Petro apagou seu tuíte com a notícia e garantiu que as buscas pelos menores continuam.
"Decidi apagar porque não foi possível confirmar a informação prestada pelo ICBF (Instituto Colombiano de Bem-estar Familiar). Lamento o ocorrido. As Forças Militares e as comunidades indígenas continuarão sua busca incansável para dar ao país a notícia que está esperando", disse o presidente no Twitter.
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"Neste momento, não há outra prioridade que não seja a de avançar com as buscas até encontrá-los. A vida dos menores é o mais importante", frisou Petro.
Lideradas pelos militares, as buscas encontraram os corpos de três mortos no acidente, entre eles o piloto e a mãe dos quatro irmãos da etnia huitoto.
Buscas
Mais de 100 militares com cães farejadores seguem a pista dos menores e caminham pela floresta entre os departamentos do sul de Guaviare e Caquetá, onde o avião ficou com a parte dianteira destruída.
Segundo o ICBF, encarregado de assegurar os direitos dos menores, na quarta-feira receberam "informações provenientes do território que asseguram o contato com os quatro menores" e que o relatório indicava, ainda, que "foram encontrados com vida e que também gozam de boa saúde".
"No entanto, as Forças Armadas ainda não conseguiram estabelecer contato oficialmente, devido às difíceis condições meteorológicas e às dificuldades do terreno, motivo pelo qual continuam o trabalho de busca, de forma incansável", esclareceu a entidade em um comunicado.
A versão da companhia Avianline Charters's, proprietária da aeronave acidentada, coincide com a do ICBF. Conforme a empresa, os menores podem estar na metade do caminho, devido a tempestades elétricas na região que dificultam a navegação no rio.
Objetos encontrados
Durante as operações de resgate, os militares encontraram um "abrigo improvisado com paus e galhos", então suspeitaram de que houvesse pelo menos um sobrevivente.
Algumas tesouras, laços de cabelo, sapatos, roupas e uma garrafa localizados no meio dos galhos da mata serviram de indicação para os policiais. Também encontraram "frutos mordidos", disse à AFP Germán Camargo, diretor da Defesa Civil do departamento do Meta, de onde as buscas foram coordenadas.
Árvores gigantescas de até 40 metros, animais silvestres e chuva forte dificultaram as buscas. A Força Aérea se juntou à chamada "Operação Esperança" com três helicópteros que sobrevoaram a floresta densa durante dias.
Um deles carregava um alto-falante "capaz de cobrir uma área de cerca de 1.500 metros" com uma mensagem gravada pela avó das crianças. Na língua huitoto, a mulher disse aos netos que estavam procurando por eles e pediu que não continuassem avançando pela floresta.
As autoridades não informaram os motivos do voo da família indígena. A imprensa local detalhou que o sétimo passageiro era um líder daquela comunidade.
Problemas com o motor
De acordo com o órgão oficial de resposta a desastres, o piloto relatou problemas com o motor da aeronave minutos antes do acidente.
Nessa região de difícil acesso fluvial e sem rodovias, os habitantes costumam viajar em voos privados.
Conforme a Organização Indígena da Colômbia (ONIC), os huitotos vivem em "harmonia" com as condições hostis da Amazônia e preservam tradições como a caça, a pesca e a coleta de frutas silvestres.