Vulcão de La Palma destrói 320 construções e 153 hectares, e erupção pode causar reações perigosas

Serviço Geológico informou que proximidade da lava com o mar aumenta o risco de explosões, ondas de água fervente e nuvens tóxicas

A erupção do vulcão Cumbre Vieja em La Palma, no arquipélago espanhol Ilhas Canárias, destruiu 154 hectares e 320 edificações. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira (22) pelo sistema de medição geoespacial europeu Copernicus. Ainda não há informações sobre vítimas, mas órgão alertam para reações perigosas, como explosões e nuvens tóxicas.

Com 85 mil habitantes, esta é a primeira erupção desde 1971. O fenômeno já provocou a retirada de 6.100 pessoas, das quais 400 são turistas. As demais 5.700, moradores locais, viram-se obrigados a abandonar casas em questão de minutos. 

"Têm sido dias realmente duros", tuitou o presidente da Câmara Municipal de La Palma, Mariano Hernández Zapata.  "Ouvir quem perdeu tudo e quem sabe que vai perder é frustrante", desabafou.

Proporção

Um mapa atualizado "situa a extensão da lava em 154 hectares, e o número de edificações destruídas, em 320", relatou o Copernicus em comunicado nas redes sociais.

No boletim anterior, eram 103 hectares e 185 edificações tomados pelo vulcão. 

Contudo, as autoridades de La Palma, alertaram que os números continuarão aumentando nas próximas horas, à medida que a lava avança para o mar. 

A chegada da lava ao mar era esperada inicialmente para acontecer na última segunda-feira (20), mas os rios de lava perderam velocidade.

Explosões

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) advertiu que o encontro das lavas com o mar pode gerar explosões, ondas de água fervente, ou mesmo nuvens tóxicas. 

"Nas últimas horas, se desacelerou muito. Agora está se movendo a 300 metros por hora, talvez menos, porque está chegando a uma zona muito plana", disse à AFP o porta-voz do Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan), David Calvo. 

O Involcan estimou, nesta quarta-feira, que a erupção pode durar "entre 24 e 84 dias, com uma média geométrica da ordem de 55 dias".

"O que está fazendo é ganhar altura. Há áreas, nas quais já tem 15 metros de espessura", complementou Calvo.