O conflito entre palestinos e israelenses atingiu uma tensão sem precedentes - nos últimos anos, e na ocorrência mais recente - que começou no último sábado (7) e segue em curso neste domingo (8). Militantes do grupo palestino Hamas lançaram mísseis e invadiram Israel, que por sua vez, contra-atacou atingindo a Faixa de Gaza, território governado pelo Hamas.
Até o momento, o balanço da tragédia indica que, pelo menos, 920 pessoas morreram nas recentes ações violentas. Do total, 600 mortes foram registradas em Israel, 313 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjordânia. O conflito deixou ainda milhares de pessoas feridas. Segundo as forças israelenses, neste domingo (8), há pelo menos oito pontos de combate nos arredores da Faixa de Gaza.
Segundo militares israelenses, um “número significativo” de civis e soldados é mantido como refém pelo Hamas na Faixa de Gaza. O total de pessoas capturadas ainda é desconhecido. Segundo o Hamas, o número de israelenses capturados foi “bem maior” do que o estimado inicialmente, e eles são mantidos em locais espalhados por toda a Faixa de Gaza.
Neste domingo, o Exército de Israel anunciou que vai evacuar todos os israelenses que vivem ao redor da Faixa de Gaza nas próximas 24 horas.
Ataque sem precedentes
No sábado (7), o Hamas lançou um ataque-surpresa contra o território israelita a partir de Gaza. A ação ocorreu nas primeiras horas do dia, no feriado judaico de Sucot. No ataque, dezenas de homens armados do Hamas se infiltraram no sul de Israel a partir da Faixa de Gaza. Disparos de milhares de foguetes vindos de Gaza também foram registrados.
O ataque é considerado um dos maiores que Israel sofreu nos últimos anos. Diante da ofensiva do Hamas, os israelenses declararam estado de guerra e realizaram uma série de operações para, segundo eles, retomar o controle de territórios no sul do país.
A magnitude do que vem acontecendo é considerada sem precedentes. Na operação, o Hamas violou a cerca que separa Gaza de Israel em vários lugares no ataque mais severo que Israel enfrentou em mais de uma geração.
Contra-ataque de Israel
No contra-ataque, Israel realizou operações e lançou mísseis na Faixa de Gaza. Logo após os primeiros ataques, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, postou um vídeo nas redes sociais dizendo que o país estava "em guerra".
“Convoquei os chefes do sistema de segurança, e antes de mais nada os instruí a limpar os assentamentos dos terroristas que se infiltraram — esta operação está acontecendo agora", declarou.
Até o momento, foram registradas 313 mortes e 2 mil feridos na região, de acordo com as autoridades palestinas.
O ministro da Defesa de Israel disse que o Hamas “cometeu um grave erro e lançou uma guerra” contra o próprio país. Em seguida, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o seu povo tem o direito de se defender contra o “terror dos colonos e das tropas de ocupação”.
Hezbollah também se envolveu nos combates
O grupo militante libanês Hezbollah também se envolveu nos combates, e disse estar por trás dos ataques na região do Monte Dov, uma extensão de terra reivindicada por Israel, Líbano e Síria.
O grupo armado afirmou ter disparado foguetes em "solidariedade" ao povo palestino. Israel respondeu fazendo disparos contra o Líbano.
Os alvos, conforme o Hezbollah, seriam três posições militares israelenses em uma região conhecida como Fazendas de Shebaa, que está em um território ocupado por Israel desde 1967. O Hezbollah afirma estar em contato direto com líderes de grupos de resistência.