A Rússia anunciou, nesta terça-feira (29), que realizou novos exercícios de testes nucleares sob a supervisão do presidente Vladimir Putin. Recentemente, o mandatário já havia mencionado a possibilidade de usar essas armas no conflito com a Ucrânia.
Em comunicado, o Ministério da Defesa russo disse que "cumpriu plenamente" os objetivos dos exercícios nucleares. As atividades incluíram "disparos de mísseis balísticos e de cruzeiro", bem como "forças de dissuasão estratégica" terrestres, navais e aéreas.
O ministro Andrei Belousov explicou ao chefe de Estado russo que uma das manobras planejadas consistia em simular "um bombardeio nuclear maciço (...) em resposta a um bombardeio nuclear inimigo".
Putin afirmou nesta terça-feira que o uso de armas nucleares continua sendo "uma medida excepcional" para Moscou. Entretanto, o mandatário ressaltou que é preciso estar pronto para cenários extremos.
"Em vista das crescentes tensões geopolíticas e do surgimento de novas ameaças e novos riscos externos, é importante ter forças estratégicas modernas sempre prontas para serem usadas", defendeu.
O presidente russo já havia ordenado em maio a realização de tais exercícios "em um futuro próximo" com tropas estacionadas perto da Ucrânia, onde Moscou lançou uma ofensiva em fevereiro de 2022.
No final de setembro, propôs a revisão da doutrina nuclear russa, considerando a "agressão contra a Rússia por um país não nuclear, mas com a participação ou o apoio de um país nuclear" como um "ataque conjunto", uma referência direta à Ucrânia e seus aliados ocidentais, que fornecem armas e financiamento a Kiev para combater as forças russas.