Passageiros de submarino Titan não sentiram a implosão, diz especialista

Segundo ex-oficial da Marinha, implosão ocorreu em fração de milissegundo

Os ocupantes do submersível Titan, que tinham como objetivo observar os destroços do Titanic, não teriam sequer percebido a implosão da embarcação. É isso que acreditam especialistas ouvidos pela emissora CNN, que apontaram uma implosão em uma fração de milissegundo.

Segundo Aileen Maria Marty, ex-oficial da Marinha e professora de medicina de catástrofes da Universidade Internacional da Flórida, a pressão do submarino, que estava em grande profundidade foi o responsável pela implosão.

Ela afirmou que o cérebro humano não é capaz de entender a situação no tempo necessário. "A coisa toda teria colapsado antes que as pessoas lá dentro percebessem que havia um problema", afirmou.

A implosão ocorre quando um objeto colapsa de forma repentina se a pressão externa é maior que a interna, em uma proporção de forças inversa à de uma explosão. "Em última análise, entre as muitas maneiras das quais podemos morrer, essa foi indolor", disse Aileen Maria.

O anúncio da implosão do submersível foi anunciada na quinta-feira (22), pela Guarda Costeira dos EUA. Os fragmentos de detritos foram encontrados a quase 500 metros da proa do naufrágio do Titanic, em uma profundidade de cerca de 3.800 metros. 

Conheça a experiência do submarino

Simulação da implosão

O professor do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Universidade São Paulo (USP), Gustavo Roque da Silva Assi, concedeu entrevista ao UOL para explicar que implosões ocorrem quando um submarino ou submersível ultrapassa o limite de profundidade permitido ao equipamento. 

Ainda em 2018, um ex-funcionário da OceanGate alertou sobre o possível risco para passageiros se ultrapassassem pressões acima de 1,3 mil metros. 

Conforme Assi, as chances de sobrevivência em uma explosão são praticamente nulas, já que uma pessoa conseguiria nadar até, no máximo, 50 metros de profundidade. "Uma falha estrutural em um submarino abaixo desta profundidade já seria catastrófica, mortífera para a tripulação".