Mundo reage em choque à invasão do Capitólio nos Estados Unidos

Líderes mundiais repercutiram os atos dos manifestantes pró-Trump nesta quarta-feira

A invasão do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, por apoiadores do presidente Donald Trump, nesta quarta-feira (6), proporcionou "cenas chocantes", alertou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, uma manifestação compartilhada por vários líderes mundiais.

"Cenas chocantes em Washington. O resultado dessa eleição democrática deve ser respeitado", escreveu no Twitter o chefe da aliança militar atlântica.

A chegada dos partidários furiosos de Trump forçou a interrupção da sessão destinada a certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro. 

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, por sua vez, lamentou as "cenas profundamente perturbadoras no Capitólio".

"Os votos dos cidadãos devem ser respeitados. Confiamos que os Estados Unidos garantirão a proteção das regras da democracia", disse o líder do legislativo europeu em um tweet.

O Alto Representante (chefe da diplomacia) da UE, Josep Borrell, também denunciou um ataque sem precedentes à democracia nos Estados Unidos e pediu respeito ao resultado das eleições de novembro.

"Aos olhos do mundo, a democracia americana parece estar sob assédio. É um ataque sem precedentes à democracia dos Estados Unidos, suas instituições e o império da lei. Isto não são os Estados Unidos. Os resultados das eleições de 3 de novembro devem ser plenamente respeitados", afirmou Borrell no Twitter.

Enquanto isso, o comissário da União Europeia para a Economia, Paolo Gentiloni, postou no Twitter uma foto dos apoiadores de Trump nos corredores do Capitólio e comentou: "Vergonha".

Em outra mensagem, ele observou que se tratam de "imagens que não gostaríamos de ter visto".

Antigo aliado de Trump, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou o que chamou de "cenas vergonhosas" de Washington e pediu uma "transição pacífica" de poder com o democrata Joe Biden.

"Cenas vergonhosas no Congresso americano. Os Estados Unidos são os defensores da democracia em todo o mundo e agora é vital que a transferência do poder seja feita de forma pacífica e ordeira", afirmou Johnson no Twitter.

Mais cedo, o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, exortou os seguidores do presidente Trump, a "deixarem de pisotear a democracia" depois que eles invadiram o Congresso americano, em Washington.

"Trump e seus seguidores deveriam finalmente aceitar a decisão dos eleitores americanos e deixar de pisotear a democracia", tuitou, acrescentando que  "as palavras incendiárias viram ações violentas".