O filho de um brasileiro que reside no Equador denunciou que o pai foi sequestrado, nessa terça-feira (9), e pediu ajuda para pagar o resgate do familiar. Nesta semana, o presidente Daniel Noboa declarou estado de exceção no País, que vive uma crise na segurança pública após a fuga da prisão do chefe da principal organização criminosa local.
Gustavo publicou um vídeo em que divulga o sequestro do pai e solicita auxílio. A gravação foi compartilhada no perfil do restaurante de culinária brasileira localizado em Guayaquil administrado pelo pai dele, identificado como Thiago Allan Freitas, conforme o portal Uol.
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Nas imagens, o jovem diz que os sequestradores estão solicitando 3 mil dólares (cerca de R$ 14.720) para liberar o familiar. Segundo Gustavo, os parentes da vítima só conseguiram enviar parte dessa quantia: 1.100 dólares (equivalente a R$ 5.400). “Peço a vocês que me ajudem com o que têm, com qualquer valor”, diz o rapaz em espanhol.
Meu pai foi sequestrado nesta manhã. Já enviamos todos os dólares que tínhamos, não temos mais. Por isso, peço a vocês que me ajudem com o que têm, com qualquer valor. Que seja um dólar, dois dólares, porque precisamos de verdade. Estamos desesperados, não temos como fazer."
De acordo com informações do Uol, o Itamaraty investiga a denúncia, mas não confirmou o sequestro. O Ministério das Relações Exteriores declarou ainda que não pode dar informações sem autorização, nem fornecer dados específicos. Nessa terça-feira, em nota, a Pasta já havia detalhado que o governo segue atento à situação dos brasileiros no Equador e acompanha com "preocupação" as ações de violência conduzidas por grupos criminosos no país sul-americano.
Estado de exceção
O Equador enfrenta uma onda de violência nos últimos anos com sequestros de policiais, traficantes que fugiram da prisão, tumultos em presídios, ataques com explosivos nas ruas e o tráfico de drogas.
Daniel Noboa, presidente do País, decretou, na segunda-feira (8), estado de exceção em todo o território, inclusive no sistema penitenciário, após a fuga do chefe da maior facção criminosa de um presídio em Guayaquil.
O anúncio do mandatário foi feito em publicação no Instagram. "Acabo de assinar o decreto de estado de exceção para que as Forças Armadas tenham todo o apoio político e legal em seu agir" nas ruas e centros de reclusão, escreveu ele.
O estado de exceção estará em vigor por 60 dias. A medida inclui, entre outras ações, um toque de recolher de seis horas, entre 23h e 5h, horário local (da 1h às 7h em Brasília).
A determinação de Noboa, que assumiu a Presidência em novembro por um ano e meio ao ser eleito em uma votação antecipada, deve mobilizar os militares às ruas e sua entrada nos presídios, em alusão a uma "grave comoção interna" na nação, assim como a suspender os direitos civis.
Mortes e prisões
A crise de segurança e a onda de violência que atingem o Equador já deixaram pelo menos 10 mortos, conforme informações de autoridades locais. O presidente Daniel Noboa classificou 22 facções criminosas como grupos terroristas.
As autoridades também relataram o sequestro de sete policiais. Dez prisões foram feitas em relação aos crimes, disse a polícia.
Ainda segundo balanço parcial divulgado pela Polícia Nacional do Equador, na madrugada de quarta-feira, 70 pessoas foram detidas.