Devo me preocupar com a variante Ômicron?

Variante já é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como "preocupante" pela alta quantidade de mutações e pela capacidade de se espalhar rapidamente. Especialistas reforçam necessidade de cuidados

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a variante Ômicron do coronavírus como “preocupante” por ela ter um número alto de mutações e ter potencial para se espalhar muito rapidamente pelo mundo. 

A situação levou o governo brasileiro a fechar as fronteiras aéreas para passageiros que vierem de seis países do sul da África. A medida valerá a partir da segunda-feira (29) e segue medidas já tomadas por nações europeias. 

A virologista e epidemiologista Caroline Gurgel entende a decisão como necessária. Para ela, não instalar barreiras sanitárias vai de encontro aos aprendizados adquiridos desde o início da pandemia, quando a comunidade científica já alertava para a alta capacidade de mutação do coronavírus.

A especialista critica, portanto, o afrouxamento das medidas governamentais sanitárias e reforça que a população precisa retomar cuidados como o uso constante de máscara e o distanciamento social.

“Tirar máscara, permitir eventos com quantidade enorme de pessoas, isso tudo ajuda o vírus a desenvolver novas variantes. Quem está perdendo é a gente. A gente ainda não venceu a guerra, temos vencido pequenas batalhas”, compreende ela. 

Vacinas todos os anos 

Para o biomédico e microbiologista Samuel Arruda, apesar de ser preocupante, especialmente pelo poder de mutação, a Ômicron é um problema “a médio e longo prazo, principalmente quando se falar de controle vacinal da doença”. “Mas isso já se discutia antes, a gente vai precisar fazer uma vigilância constante do vírus”, alivia o especialista. 

Arruda destaca ainda que, assim como acontece com o vírus da Influenza, já se sabia que a Covid-19 demandaria o desenvolvimento de mais e outras vacinas. “Não vai ser uma única vacina do dia da noite que vai livrar a gente do vírus. Precisamos fazer observações constantes, provavelmente adaptar todo ano novas vacinas para tornar mais adequada para variante daquele ano, como a gente já faz com a Influenza”, explica. 

Prevenção

A médica e epidemiologista Lígia Kerr, por sua vez, pontua que “todos temos que nos preocupar com as variantes”, especialmente quando ainda não se sabe muito sobre elas. 

“Aparentemente ela [Ômicron] já é grave, então, temos que tomar todas as providências” como não circular socialmente sem máscara de camada tripla, evitar aglomeração, manter distanciamento social e concluir esquema vacinal contra a Covid-19.