O cientista brasileiro Miguel Nicolelis declarou que o bilionário Elon Musk se inspirou em filmes de ficção científica para criar o implante da Neuralink, que teve 85% dos fios desconectados do cérebro de um paciente semanas após a cirurgia.
"Eu tentei avisar que ia dar problema. Foi ainda mais rápido do que eu imaginava", criticou o especialista em neurociência e engenharia biomédica em suas redes sociais, pouco após o acontecimento.
Em entrevista à Forbes Brasil, em março deste ano, Nicolelis alertou que o dispositivo de Musk fere mandamentos da Medicina: "Interfaces cérebro-máquina invasivas vão contra o primeiro mandamento da Medicina: 'Tudo o que você fizer não pode colocar a pessoa em mais risco do que ela já está", afirmou.
Além disso, o médico lembrou dos diversos riscos de infecção e rejeição e até da possibilidade de o implante parar de funcionar dentro do cérebro do paciente.
Relembre o caso
O primeiro paciente que recebeu um chip cerebral da Neuralink, empresa do bilionário Elon Musk, sofreu perda de conexão de 85% dos fios que ligavam o implante ao órgão.
Nolan Arbaugh, 30, é tetraplégico e se inscreveu para os primeiros testes do dispositivo em humanos. Mas, apesar de progressos iniciais, o experimento começou a falhar em poucas semanas.
A empresa de Musk já havia admitido, no início do mês, que o dispositivo implantado no jovem havia enfrentado problemas, com a diminuição no número de eletrodos efetivos, mas não havia ainda publicizado quantos.