Brasileiras presas na Alemanha têm soltura autorizada por Ministério Público do país

Jeanne Paollini e Kátyna Baía estão detidas desde o dia 5 de março no país europeu, após terem suas malas trocadas em Guarulhos

O Ministério Público da Alemanha autorizou a liberação das brasileiras Jeanne Paollini e Kátyna Baía, presas injustamente no país por tráfico internacional de drogas desde o dia 5 de março, após terem suas malas trocadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A informação é do repórter Honório Jacometto, da TV Anhanguera, afiliada da Globo em Goiás. 

O consulado do Brasil em Frankfurt informou que Jeanne e Kátyna serão soltas ainda nesta terça-feira (11), segundo o portal g1. De acordo com Chayane Kuss de Souza, advogada de defesa das brasileiras, elas foram inocentadas e não precisa esperar nenhum trâmite processual.

"Não precisa de chancela do juiz. Elas serão soltas hoje. Na Alemanha funciona assim. A legislação permite que quando o Ministério Público arquiva o processo, que peça então que sejam liberadas", explicou ao g1 a advogada.

Etiquetas trocadas

Câmeras de monitoramento registraram o momento em que as etiquetas nas malas das brasileiras foram trocadas por funcionários do aeroporto. Segundo a Polícia, dois suspeitos usaram um "ponto cego" na área de segurança do terminal para colocar os rótulos da bagagem da dupla nas bolsas com os 40 kg de cocaína.

Nas imagens divulgadas pelo Fantástico no último domingo (9), é possível observar o momento em que Pedro Venâncio, funcionário que atuava no setor da área de segurança do terminal em São Paulo, retira as etiquetas das malas das passageiras e as colocam em outras bagagens, onde estaria a droga. 

As vítimas saíram do aeroporto de Goiânia, Goiás, no dia 5 de março, e durante a escala na cidade paulista foram alvos do golpe. Depois, elas realizariam uma nova escala em Frankfurt e seguiriam para Berlim, mas foram interceptadas pela polícia alemã. 

"Caminhei algemada pelo aeroporto de Frankfurt, escoltada por vários policiais, sem saber o que estava acontecendo. O policial apresentou as supostas malas, nós falamos, de imediato, que aquelas malas não eram nossas. Fomos transferidas para outro prédio. Uma cela onde as paredes têm escritos de fezes. É uma cela fria, não tem janela", detalhou Jeanne. 

Malas diferentes

No terminal goiano, as câmeras de segurança registraram que o casal deixou o local com mala nas cores preta e rosa, mas desembarcaram na cidade alemã com bagagens diferentes. Em Guarulhos, o sistema de monitoramento flagrou o momento em que duas mulheres despacharam duas bolsas iguais às apreendidas com as brasileiras na Alemanha e, cerca de três minutos depois, deixaram o aeroporto sem embarcar. Até hoje, as bagagens das brasileiras não foram encontradas.

"É preciso que tenha mais cuidado com a nossa bagagem. Isso é uma responsabilidade muito grande. E isso pode afetar a vida de muitas pessoas", declarou Jeanne.

Durante a investigação do caso, a Polícia Federal (PF) identificou que funcionários terceirizados do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, driblavam o sistema, trocando etiquetas das malas para enviar droga para o Exterior. A autoridade prendeu seis suspeitos de envolvimento no esquema criminoso. As imagens que provam a inocência do casal foram enviadas para os órgãos alemães.