Pelo menos 50 pessoas morreram em Angola depois de serem forçadas a ingerir uma bebida tóxica à base de ervas para provar que não eram feiticeiros, conforme divulgado pelas autoridades locais na quinta-feira (14). As informações são do jornal britânico Daily Mail.
Os casos ocorreram entre janeiro e fevereiro na cidade de Camacupa, na província do Bié. As mortes foram confirmadas pela Polícia.
Vereadora local, Luzia Filemone acusou os curandeiros tradicionais de administrarem o veneno, em entrevista à emissora de rádio nacional. A política disse que eles acreditam que a mistura misteriosa prova se uma pessoa pratica ou não bruxaria.
A crença na 'bruxaria' ainda é comum em algumas comunidades rurais da Angola, apesar da forte oposição da igreja na ex-colónia portuguesa, que é predominantemente católica. O país africano não possui leis contra a prática, deixando que as comunidades administrem a questão como acharem adequado.
“É uma prática generalizada obrigar as pessoas a beber o suposto veneno por causa da crença na bruxaria”, disse o porta-voz da polícia provincial, Antonio Hossi, alertando que os casos devem aumentar.
As alegações de feitiçaria são muitas vezes resolvidas por curandeiros tradicionais, ou “marabus”, fazendo com que o acusado ingira uma bebida tóxica à base de ervas chamada “Mbulungo”. Acredita-se que uma possível morte prova a culpa.