O simbólico Relógio do Juízo Final manteve o pior nível da história ao repetir, nessa terça-feira (23), a marca de 90 segundos para meia-noite, em evento realizado na cidade de Washington, capital dos Estados Unidos. Quanto mais os ponteiros se aproximam da meia-noite, mais perto a humanidade está da extinção.
Segundo a organização do Boletim dos Cientistas Atômicos, responsável pelo mecanismo, a proliferação de guerras e o agravamento da crise climática em 2023 mantiveram o nível deste ano igual ao do último — quando atingiu o ponto mais próximo da meia-noite em mais de 75 anos de história do relógio.
Seguimos com uma tendência rumo à catástrofe nuclear e o ano passado foi o mais quente da história."
Conforme a agência AFP, em vez de abandonarem as armas nucleares, os países que as detêm estão ampliando e aprimorando os próprios arsenais, ameaçando estabelecer uma nova corrida armamentista, enquanto incontáveis inundações, incêndios e outros desastres marcaram o ano mais quente já registrado na história — um aumento na temperatura média de 1,48 °C —, com pouca ação significativa frente à mudança climática.
O que é o Relógio do Juízo Final
Produzido pelo Boletim dos Cientistas Atômicos, o relógio é “muitas coisas ao mesmo tempo: é uma metáfora, é um logotipo, é uma marca e é um dos símbolos mais reconhecidos nos últimos 100 anos”.
Para elaborar o balanço, os pesquisadores da organização consideram os atuais acontecimentos globais, como ameaças de guerra, armas nucleares e crise climática, assim como algumas preocupações novas, como a inteligência artificial. As informações são do jornal O Globo.
Originalmente, a contagem começou no relógio fixado a sete minutos da meia-noite. O mais longe que a humanidade já esteve do ponto mais crítico foi após o fim da Guerra Fria, em 1991, quando ficou em 17 minutos.
O Boletim dos Cientistas Atômicos foi criado em 1945 por Albert Einstein, J. Robert Oppenheimer e outros grandes cientistas que trabalharam no Projeto Manhattan, que produziu as primeiras armas nucleares.