Semanas após o ácido causar a morte de um empresário em São Paulo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução que proíbe a venda e o uso de produtos à base de fenol em procedimentos estéticos ou de saúde. O objetivo da medida, divulgada nesta terça-feira (25), é proteger a integridade física da população brasileira.
De acordo com informações do órgão, a deliberação proíbe a importação, fabricação, manipulação, uso e comercialização de produtos à base de fenol. Também estão vetadas propagandas relacionadas a esses itens.
Para justificar a decisão, a Anvisa argumentou que, até o momento, ainda não foram apresentados dados que comprovem a eficácia e a segurança do uso do ácido à agência de vigilância sanitária.
Preocupada com o possível impacto negativo do fenol na saúde, o órgão decidiu que a proibição é necessária para preservar a integridade física dos brasileiros.
MORTE DE EMPRESÁRIO DURANTE APLICAÇÃO DE FENOL
No início do mês, a internet foi tomada de discussões sobre o uso de fenol em procedimentos estéticos, após o empresário Henrique Chagas sofrer uma parada cardiorrespiratória e morrer durante a aplicação do ácido.
O procedimento foi realizado na clínica da influenciadora Natália Becker, que, segundo o Uol, não possuía formação médica, requisito necessário para realizar a aplicação.
PRONUNCIAMENTO DA SBD SOBRE O ÁCIDO
Com a polêmica causada pela morte do empresário, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) emitiu uma nota, alertando sobre os riscos da aplicação de fenol. Segundo a entidade, o procedimento estético exige "extrema cautela" por conta de sua natureza "invasiva e agressiva".
“Devido ao uso de um composto tóxico absorvido pela pele e, consequentemente, pela corrente sanguínea, o procedimento exige precauções rigorosas. É possível que ocorram complicações, como dor intensa, cicatrizes, alterações na coloração da pele, infecções e até mesmo problemas cardíacos imprevisíveis, independentemente da concentração, do método de aplicação e da profundidade atingida na pele”, afirmou o comunicado.
Por fim, o órgão reforçou a necessidade de consultar um médico antes da realização de qualquer procedimento estético: “Antes de se submeter a qualquer procedimento clínico ou cosmiátrico, a SBD recomenda que o paciente busque a orientação de um dermatologista. Este profissional está capacitado para preparar a pele, avaliar adequadamente suas condições e indicar a melhor abordagem individualizada para cada caso, além de orientar sobre os cuidados necessários para evitar as possíveis complicações”.