Terceiro júri da Chacina do Curió: mais 8 PMs sentam no banco dos réus nesta terça-feira (12)

Oito policiais militares foram absolvidos da acusação de participar da matança, enquanto quatro agentes já foram condenados à prisão

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
Policiais militares que vão a julgamento estavam de serviço, em três composições policiais
Legenda: Policiais militares que vão a julgamento estavam de serviço, em três composições policiais
Foto: Rannjon Mikael/ TJCE

O caso conhecido como Chacina do Curió chega ao terceiro julgamento nesta terça-feira (12). Mais oito policiais militares irão sentar no banco dos réus para serem julgados por 11 homicídios, três tentativas de homicídio e quatro crimes de tortura, ocorridos entre os dias 11 e 12 de novembro de 2015, na Grande Messejana, em Fortaleza.

No primeiro julgamento da Chacina, em junho deste ano, quatro PMs foram condenados a mais de 1.100 anos de prisão, se somadas as penas. No segundo, concluído na última quarta-feira (6), oito militares foram absolvidos pelo júri popular.

Na terceira parte do maior julgamento da história do Ceará, irão sentar no banco dos réus os policiais militares Antônio Carlos Matos Marçal, Antônio Flauber de Melo Brazil, Clênio Silva da Costa, Francisco Helder de Sousa Filho, Igor Bethoven Sousa de Oliveira, José Oliveira do Nascimento, José Wagner Silva de Souza e Maria Bárbara Moreira. Todos estavam de serviço, no dia da Chacina.

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A Justiça prevê 21 depoimentos durante o julgamento - sendo seis de vítimas sobreviventes, sete de testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa e oito interrogatórios dos réus.

8,7 mil
páginas têm no processo que reúne os oito PMs. Conforme o documento, o tenente José do Nascimento, o sargento Antônio Marçal e o cabo José Wagner estavam em uma viatura descaracterizada, que havia sido deslocada para a Grande Messejana para realizar buscas pelos suspeitos de matarem o soldado Valtermberg Chaves Serpa em um assalto.

Na região, a composição teria se encontrado com uma equipe do reservado da Coordenadoria de Inteligência Policial (CIP), da Polícia Militar do Ceará (PMCE), formada pelo cabo Clênio da Costa e pelo soldado Antônio Flauber; e por outra equipe policial, composta pelo cabo Francisco Helder, a cabo Maria Bárbara e o soldado Igor Bethoven.

Como foi o primeiro julgamento

Quatro policiais militares foram condenados a mais de 1.100 anos de prisão, se somadas as penas, por participação na Chacina do Curió, em junho deste ano, após mais de 60 horas de julgamento. O Colegiado de Juízes decretou a perda do cargo público dos réus, que já recorreram da sentença.

Ideraldo Amâncio, Wellington Veras Chaves e Marcus Vinícius Sousa da Costa saíram do 1º Salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua presos e foram levados ao Presídio Militar. Já Antônio José de Abreu Vidal Filho foi detido nos Estados Unidos, em agosto último.

Como foi o segundo julgamento

Após quase 100 horas de julgamento, oito PMs foram absolvidos da acusação de participar da Chacina do Curió, na última quarta-feira (6). São eles: Gerson Vitoriano Carvalho , Thiago Veríssimo Andrade Batista de Carvalho, Josiel Silveira Gomes, Thiago Aurélio de Souza Augusto, Ronaldo da Silva Lima, José Haroldo Uchoa Gomes, Gaudioso Menezes de Mattos Brito Goes e Francinildo José da Silva Nascimento.

O Colegiado de Juízes revogou as medidas cautelares e de restrições de direito dos militares, o que significa que eles voltarão a estar aptos a atuar no policiamento ostensivo e que terão direito a obter promoção retroativa na Corporação. O Ministério Público do Ceará (MPCE) irá recorrer da absolvição ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

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