O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou Joelson de Sousa Silva pelo crime de feminicídio. Conforme o órgão acusatório, o homem de 31 anos é responsável por assassinar a mãe, Maria Luíza da Silva Magalhães, 68, pelo motivo torpe e com circunstância que dificultou a defesa da vítima.
A mulher foi atingida com 32 facadas porque, conforme a investigação, teria trancado a porta de casa para que o filho não saísse. A análise da dinâmica do crime apontou que Joelson chegou a amarrar a mãe e fugiu quando o pai chegou na residência da família.
O suspeito foi encontrado no Terminal do Antônio Bezerra. A prisão em flagrante foi convertida em medida cautelar de internação provisória após depoimentos dos familiares indicarem que Joelson tem distúrbios mentais. A informação é que o acusado seja surdo, mudo e esquizofrênico.
URGÊNCIA E LAUDOS
O próprio MPCE e a defesa do suspeito, representada pela Defensoria Pública, foram a favor da internação durante audiência de custódia. Agora, o órgão acusatório requer, com urgência, que o Poder Judiciário receba a denúncia e cite o acusado para apresentar resposta, "dando-se prosseguimento ao feito, com a posterior pronúncia e submissão do caso ao Tribunal do Júri, a fim de que, ao final, seja ele condenado pela prática de do delito de homicídio consumado".
O Ministério Público chegou a requisitar à Perícia Forense do Ceará (Pefoce) que remeta no prazo de até 30 dias o laudo pericial de exame de DNA dos objetos apreendidos, laudo cadavérico da vítima e o laudo do local do crime.
DEPOIMENTOS
Consta nos autos que o esposo da vítima disse à Polícia já ter encontrado Maria Luíza no chão e ensaguentada. Filha da vítima e irmã do suspeito também prestou depoimento e confirmou a versão que Joelson tem problemas mentais, passando por tratamento em um Centros de Atenção Psicossocial (Caps) desde criança.
Para a juíza, a internação visa assegurar a integridade física e um mínimo de tranquilidade às pessoas que com convivem com o flagranteado, em virtude das circunstâncias.
Na audiência de custódia, a magistrada ainda pontuou que o homem se mostrou como pessoa agressiva e que tentou fugir armado após o delito "o que reforça o nosso entendimento quanto à necessidade de sua segregação do meio social, a fim de inibir outras investidas, comvistas a acautelar o meio social e assegurar a ordem pública".