O julgamento do padeiro Severo Manoel Dias Neto por feminicídio foi adiado pela 9ª vez. O réu seria julgado em Juazeiro do Norte, na Região do Cariri, na última quinta-feira (28), por matar a ex-esposa, a costureira Maria Rosimeire de Santana, na frente dos filhos do casal, há 3 anos.
A 1ª Vara Criminal da Comarca de Juazeiro do Norte alegou, no processo criminal, que o júri popular não foi realizado em razão do juiz titular da Unidade ter entrado de licença médica na última segunda-feira (25).
Ainda segundo a Vara, "a designação do Magistrado que ficará na respondência desta unidade, somente foi publicada no Diário da Justiça na noite de ontem (quarta-feira, dia 27), por volta das 19 horas, portanto, o juiz designado entrou em exercício na data de hoje, não havendo tempo hábil para estudar os autos".
A defesa de Severo Manoel chegou a pedir pelo adiamento da sessão de julgamento, no último dia 20 de abril, em razão de uma cirurgia médica que o cliente precisava fazer. Mas, segunda-feira (25), o advogado Roberto Duarte desistiu do pedido e justificou que a cirurgia foi desmarcada, por falta de exames e ausência do médico.
O nono adiamento do julgamento do processo decepcionou a família de Maria Rosimeire. "Infelizmente, nós, mais uma vez, ficamos decepcionados. Mas vamos aguardar, não vamos desistir. Porque o que queremos é ver a condenação do réu. Só iremos descansar, ficarmos mais aliviados, quando ele for condenado", afirmou a irmã da vítima, Roseane Santana.
O advogado Roberto Duarte, que representa o réu, destacou que "o rito processual para a realização do ato é complexo e que depende de inúmeras diligências e providências por parte do juiz - presidente. Este último adiamento teve apoio em circunstância legítima e justificada, haja vista, o magistrado necessitar de gozo de licença médica".
Acusado foi solto quase três anos após o crime
A 1ª Vara Criminal da Comarca de Juazeiro do Norte decidiu soltar Severo Manoel Dias Neto, no último dia 8 de fevereiro, em razão do excesso de prazo da prisão, o que o juiz a Justiça considerou ilegal. A prisão do acusado, que aconteceu no dia 9 de abril de 2019, durou quase três anos.
Maria Rosimeire de Santana foi assassinada a tiros na frente dos filhos e da mãe, em uma residência no bairro Betolândia, em Juazeiro do Norte, na noite de 2 de abril de 2019. De acordo com a investigação policial, o relacionamento do casal - que durou 16 anos - era conturbado e Severo não aceitou o término.
O réu foi visto, horas antes do crime, nas proximidades da escola do filho mais novo do casal. "Testemunhas afirmaram que nessemomento o réu encontrou a vítima e disse para ela ter cuidado pois ele (réu) iria matá-la", relatou a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE).
O casal estava separado há cerca de 7 (sete) meses quando a vítima Maria Rosimeire procurou a Delegacia de Defesa da Mulher para requer medidas protetivas para que o autor fosse afastado do lar, já que ele não aceitava a separação e por isso não saía de casa. Insta acentuar que em 15/01/2019, o réu fora preso por descumprimento de medidas protetivas e embriaguez ao volante e posto em liberdade em 23/01/2019."