Após três meses, o inquérito sobre o sumiço de Anderson Henrique da Silva Rodrigues, 20, permanece em aberto. Há 91 dias, a família do jovem convive com angústia e incertezas sobre o que houve com o jovem. Anderson Henrique foi visto pela última vez no dia 11 de junho. De acordo com testemunhas, ele estava acompanhado de policiais militares, no bairro Zumbi, em Horizonte, onde fica sua residência.
Na última vez que ele foi visto, a vizinhança ouviu Anderson gritar por socorro afirmando várias vezes: "eles vão me matar". Desde aquele dia, o caso vem sendo acompanhado pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) e pelo Comando da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE).
Em nota, a CGD informou que a Delegacia de Assuntos Internos (DAI) instaurou inquérito policial para apurar o caso ocorrido no município de Horizonte. Conforme a Pasta, as investigações continuam no sentido não só de localizá-lo, mas esclarecer o caso. O órgão também determinou a instauração de procedimento disciplinar para apuração na seara administrativa.
A PM informou que, no dia 11 de junho de 2019, por volta das 12h, uma composição policial do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) abordou Anderson Henrique, realizou busca minuciosa e, por não ter sido encontrado nada ilícito com ele, houve a liberação do jovem no bairro Zumbi. Após a ação, os policiais teriam retornado ao patrulhamento de rotina.
Ausência
Maria Cristiane da Silva Leitão, mãe, e Aline Sinara de Sousa, namorada da vítima, já não acreditavam que o jovem estivesse vivo após uma semana do desaparecimento de Anderson. O único desejo das mulheres era encontrar o corpo para dar um enterro digno. Porém, depois de meses sem respostas, elas não acreditam mais na chance de ter acesso ao restos mortais dele.
Aline Sinara já não tem mais esperanças de encontrá-lo e desabafa: "Esse caso é perdido. Não acharam ele. Eu não acredito mais não, já faz tanto tempo. Quando tem Polícia envolvida, eles matam e assim fica", afirmou.
Mais informações sobre o andamento da investigação não foram repassados pela CGD. "Em respeito à investigação sigilosa, o órgão não pode fornecer mais informações sobre os fatos", disse a nota.