Casal teria recebido R$ 25 mil para guardar mais de uma tonelada de maconha em Aquiraz

A Justiça Estadual decretou a prisão preventiva dos suspeitos, em audiência de custódia

Um casal preso em flagrante, na posse de mais de uma tonelada de maconha, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), teria recebido R$ 25 mil para guardar a droga pelo período de três meses. A Justiça Estadual decretou a prisão preventiva dos suspeitos, em audiência de custódia.

Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, Edigleison da Silva Carvalho, de 31 anos, e Taynara Nascimento de Oliveira, 29, foram presos em flagrante pela Polícia Civil do Ceará (PCCE), na posse de 1.248 kg de maconha, em uma residência na Rua Padre Farias, bairro Machuca, em Aquiraz, na última sexta-feira (30).

R$ 2,5 milhões
seria o valor aproximado da droga apreendida, segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Márcio Gutierrez. "Esse é o valor bruto da droga, sem falar no que poderia se tornar no varejo", enfatizou, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (2).

Uma denúncia anônima, recebida pelo Disque Denúncia 181 da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), dava conta de uma movimentação suspeita na residência, com saída frequente de pessoas que portavam sacolas.

O casal chegava em casa em um veículo, na última sexta (30), quando policiais civis do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI-Sul) realizaram uma abordagem. Os agentes relataram que sentiram um forte cheiro de maconha, tanto no carro quanto vindo da residência.

Ao entrarem no imóvel, os investigadores localizaram sacos de farinha utilizados para transportar a droga e isopores com diversos tabletes. Ao todo, foram apreendidos 1.248 kg de maconha.

Os suspeitos informaram aos policiais que receberiam R$ 25 mil para guardar a droga no imóvel por três meses, mas não revelaram quem os contratou nem o destino dos entorpecentes. O diretor do DPJI-Sul, delegado Pedro Viana, informou que parte da droga seria destinada ao Interior Sul do Ceará.

O casal, que não tinha antecedentes criminais, foi autuado em flagrante pela Polícia Civil pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico.

[Atualização: 02/09/2024, às 12h27]  Após a publicação da matéria, a defesa do casal preso, representada pelos advogados Raymundo Nonato e Arthur Nogueira, emitiu nota em que afirma que irá "provar a inocência de ambos os acusados no deslinde processual, como também, apontar as irregularidades e nulidades processuais, diante da prisão estar embasada em provas ilegais, o que confronta o nosso ordenamento jurídicio".

No mesmo sentido, os nossos constituintes seguem igualmente aguardando, serenos, o desfecho do presente caso, sempre se colocando à disposição da justiça para responder, quando e se houver necessidade, sempre que convocados."
Raymundo Nonato e Arthur Nogueira
Advogados de defesa

Prisão preventiva decretada

Edigleison da Silva Carvalho e Taynara Nascimento de Oliveira tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva, em audiência de custódia realizada pela Justiça Estadual, no último sábado (31).

A juíza do Plantão do 4º Núcleo Regional considerou que, "ao compulsar os autos, percebe-se que a conduta delituosa dos presos revelam-se, concretas e evidentemente, dotada de nocividade ao meio social, porque o tráfico de drogas hoje é, extreme de dúvida, um mal que assombra o Estado do Ceará, como de regra de todo o país, cuja prática traz sérios e irreversíveis danos à sociedade".

A defesa de Taynara de Oliveira pediu a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, em razão da suspeita ter um filho menor de 12 anos. Entretanto, a juíza recusou o pedido, por falta de "elemento probatório apto a demonstrar a imprescindibilidade" da mulher presa no cuidado da criança.