Um casal de dentistas é investigado pela suspeita de autoria intelectual da tentativa de homicídio de Laísa Andrade, 26, empresária que foi esfaqueada por dois homens, dentro da própria loja de roupas, em um bairro de Juazeiro do Norte, no Cariri, na última sexta-feira (12). De acordo com a Polícia Civil, o casal, identificado como Savana Oliveira e Francisco Jonathan Alves e Silva, está foragido da Justiça.
Durante o fim de semana, a Polícia identificou e prendeu os dois executores do crime — Marcelo e José Pedro — e o intermediador, identificado apenas como "Alemão". Em coletiva para a imprensa na manhã desta segunda-feira (15), o delegado Júlio Agrelli afirmou que, desde o início, a Polícia sabia que o caso se tratava de uma tentativa de homicídio, não de um latrocínio. "As imagens [de câmeras de segurança] não deixaram dúvida de que não havia intuito nenhum de roubo. Eles [executores] foram no intuito de ceifar a vida da vítima", assegurou.
Segundo ele, os dois investigados confessaram o crime e afirmaram que foram contratados pelo Alemão, único com quem mantinham contato. O Alemão, por sua vez, disse que apenas intermediou o diálogo entre os executores e os autores intelectuais, no caso, Savana e Jonathan. Isso ainda deverá ser elucidado.
"A gente tem a Savana e o Jonathan como os possíveis mandantes do crime", reforçou o titular do Núcleo de Homicídios da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte, Helder Cassiel Ramos de Brito. De acordo com ele, o crime teria sido encomendado pelos dentistas devido a um processo trabalhista movido pela vítima, que já havia trabalhado para o casal. "Eles tinham vínculo empregatício. A vítima chegou a trabalhar alguns meses com eles, que foram empregadores dela", afirmou.
Os policiais informaram ainda que, de acordo com os depoimentos dos executores presos, eles receberiam valores distintos, mas em torno de R$ 5 mil, pelo assassinato da vítima. No entanto, teriam sido informados por Alemão que não seriam pagos porque o "serviço não foi concluído".
Identificação dos suspeitos
O crime aconteceu na sexta-feira (12), em Juazeiro do Norte. Segundo a Polícia Civil, logo no início, os investigadores tinham as identificações dos executores, que foram filmados por câmeras de segurança do estabelecimento comercial, e uma motocicleta utilizada para chegar ao local do crime. No entanto, até aquele momento, ainda não se sabia da existência de uma autoria intelectual.
"O Marcelo [um dos executores presos] apontou logo [o intermediador], não demonstrou nenhum intuito de guardar nenhum tipo de informação. Já foi dando as informações, como tinha sido, como tinha sido contratado", contou o delegado Júlio Agrelli. E foi a partir dos depoimentos dos três que chegaram a Jonathan e Savana.
Lembre o caso
Laísa Andrade é dona de uma loja de roupas, no bairro São Miguel, em Juazeiro do Norte. No momento do crime, ela foi abordada por dois homens que chegaram ao estabelecimento fingindo ser clientes.
De acordo com as imagens da câmera de segurança, é possível ver um dos homens mexendo em roupas e pedindo informações à mulher, enquanto o outro mexe no celular e, depois, deixa uma bolsa sobre a cadeira próxima ao balcão de atendimento. De repente, um deles tapa a boca da vítima e começa a feri-la com golpes de faca.
A vítima foi socorrida e levada para um hospital da região, onde segue internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave.