A investigação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) sobre a morte do tenente Leonardo Jader Gonçalves Lírio, da Polícia Militar do Ceará (PMCE), aponta que a arma de fogo utilizada no latrocínio foi emprestada por um familiar de um dos dois suspeitos presos. O crime aconteceu no bairro Padre Andrade, em Fortaleza, na última quarta-feira (13).
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, o primo de João Gabriel Moreira Lima Horácio, 19, empresta e aluga armas de fogo para o cometimento de crimes. Naquele dia, ele tinha emprestado uma arma para João Gabriel e Francisco Felipe Almeida Coelho, 24, realizarem assaltos.
Como pagamento ao empréstimo, o homem recebeu dos assaltantes a pistola que era do policial militar, junto da arma que já era sua. A entrega foi efetuada poucos minutos depois do latrocínio. Depois de prender a dupla, a Polícia procura pelo criminoso que está na posse da arma utilizada no crime e da pistola do PM.
Uma das motocicletas utilizadas no assalto também era emprestada, por um quarto homem. Ao saber que um policial militar foi assassinado, o proprietário do veículo recomendou que os assaltantes se desfizessem da moto e de roupas, o que foi feito na Lagoa da Maraponga, na Capital.
PM foi morto ao ser reconhecido como militar
Testemunhas afirmaram à 11ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da PC-CE, que os assaltantes atiraram contra o tenente Leonardo Lírio ao perceberem que ele era policial militar e estava armado. O PM estava na companhia de amigos, quando foi abordado pelos criminosos.
Lírio foi levado ao Instituto Doutor José Frota (IJF), mas morreu na quinta-feira (14). Ele era 1º tenente e ingressou na PMCE em julho de 2016. Em nota, a Corporação se solidarizou com a família e afirmou que diligências estavam sendo feitas para capturar os suspeitos.
Na última sexta (15), a Polícia chegou aos dois suspeitos pelo crime. Francisco Felipe Coelho, conhecido como 'Gago', foi capturado em um condomínio em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Já João Gabriel Horácio se apresentou na sede do DHPP e também foi preso em flagrante.
O Plantão Judiciário, da Justiça Estadual, converteu as prisões em flagrante dos dois suspeitos de cometer o latrocínio em prisões preventivas, no último sábado (16).
Conforme o artigo 312 do Código Penal, a prisão preventiva pode ser decretada como garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova de existência do crime e indícios suficientes da autoria.
"Entendemos que se faz presente, de forma concreta, para preservação da ordem pública, as necessidades das prisões cautelares dos autuados", completou a decisão judicial.