Um agente socioeducativo de 24 anos foi agredido por um grupo de cerca de 10 jovens infratores no Centro Educacional Cardeal Aloísio Lorscheider (Cecal), no bairro Planalto Ayrton Senna, em Fortaleza. A violência ocorreu durante uma sessão de atendimentos médicos nessa segunda-feira (6) e terminou com três conduzidos ao 13º Distrito Policial (DP).
O funcionário, que não será identificado por motivos de segurança, tentou conter um interno chateado com a demora em seu atendimento, quando ele se revoltou e o atacou com uma gilette. Logo após, uma série de agressões, com a participação de um grupo maior, se deu com pedradas e diversos objetos.
O agente teve ferimentos no rosto, no braço e na mão. "Me defendi com a mão e tentei sair, quando começaram a jogar coisas em mim e eu fiquei desnorteado, quando me virei tinha outros me esperando com um cabo de vassoura. Só conseguir sair quando meus colegas escutaram e chegaram", conta.
Perigo constante
Em entrevista ao Sistema Verdes Mares, o trabalhador, que está há quatro anos como agente socioeducativo, relata que não é a primeira vez que é agredido ou ameaçado. Ele ainda conta que estava dando conta sozinho de um bloco com 14 jovens.
"O contingente está baixo e somos obrigados a trabalhar com poucas pessoas e acabamos passando por esse tipo de perigo todos os dias. Tenho certeza que se eu continuar no sistema não será a última agressão", desabafa.
Segundo a Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas), o colaborador está sendo acompanhado pelo Núcleo de Saúde da Superintendência.
Sobre os agressores, a Seas informa que eles serão responsabilizados pela Comissão Disciplinar da unidade. Serão apuradas ainda quaisquer irregularidades que possam haver, por meio da Corregedoria.
O Centro Educacional em questão atende adolescentes e jovens de 18 a 21 anos do sexo masculino sentenciados na justiça.
Flagrante
Após as agressões, o agente prestou depoimento no 13º DP, no bairro Cidade dos Funcionários, além de fazer exame na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).
Segundo a reportagem apurou, três internos, todos maiores de 18 anos, foram levados à unidade policial. A vítima declarou que soube que seria lavrado apenas um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), que serve para delitos de menor impacto.
Conforme a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), "todos os envolvidos foram ouvidos e fizeram exames periciais". O TCO foi registro de acordo com previsão em lei, "por lesão leve com representação da vítima". O caso foi transferido para o 8º DP.