Chega a 47 o número de policiais militares presos desde o início da paralisação de alguns grupos dos agentes de segurança no Ceará. Foram 43 por deserção (os agentes deveriam ter se apresentado para o trabalho, mas não o fizeram), 3 por participação no motim e 1 por ter incendiado um veículo.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), do total, 38 policiais se apresentaram espontaneamente e outros cinco foram detidos. Além destes, há outros cinco que justificaram suas ausências no trabalho e foram liberados em seguida.
Além deles, os três PMs detidos por participação no motim foram presos "após serem flagrados secando os pneus de uma viatura da PMCE. Os militares estavam armados no momento das prisões", informou a secretaria.
Segundo a Polícia Militar, os PMs presos "estão isolados e sem contato com presos comuns no sistema penitenciário do Estado". A decisão "segue as regras do artigo 295 do Código de Processo Penal".
Outros números
Durante a paralisação de grupos de PMs, 170 pessoas foram mortas por crimes violentos no Ceará. Pelo menos 230 PMs foram afastados de suas funções e deverão ficar sem os salários já neste mês. Dois batalhões da corporação estão tomados pelos PMs paralisados em Fortaleza e um em Sobral.
A crise fez o governo estadual pedir o reforço da Força Nacional e do Exército, que está nas ruas do Ceará desde que o presidente Jair Bolsonaro decretou a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que possibilita o emprego das Forças Armadas em situações nas quais há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública e em graves situações de perturbação da ordem. Nesta segunda (24), os ministros de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e da Defesa, Fernando Azevedo, estiveram em Fortaleza para conferir os trabalhos das forças de segurança. Nesta terça-feira, o Exército chegou a Crato e Juazeiro, na Região do Cariri.