Pelo menos 168 militares foram afastados preventivamente por 120 dias nas investigações relacionadas à paralisação de PMs no Ceará, conforme publicado no Diário Oficial do Estado (DOE).
Desse total, além de terem sido afastados, 161 militares já estão fora da folha de pagamento a partir deste mês de fevereiro.
O número oficial cita, caso a caso, quem são e o que fizeram para serem afastados por 120 dias e ao que respondem em processos disciplinares.
O Sistema Verdes Mares teve acesso à lista com os nomes dos militares que sofreram as punições.
PMs afastados devem entregar armas de imediato
Os investigados deverão entregar identificações funcionais, distintivos, armas, algemas e outros elementos que os caracterizem nas suas unidades.
A investigação prossegue e ocorrerá de duas formas:
- Inquérito militar
Julgamento vai ocorrer na Justiça Militar e pode ocasionar até prisão. - Procedimento administrativo disciplinar
Caso será apurado e realizado pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD). Caso pode apontar outras punições, incluindo exoneração da função.
"A Polícia Militar do Ceará também abriu Inquéritos Policiais Militares (IPMs), remetidos à CGD. Outros procedimentos seguem em andamento tanto pela PMCE quanto pela própria CGD", traz nota da Controladoria Geral de Disciplina ao Sistema Verdes Mares.
A CGD frisa que todas as medidas estão previstas nos Lei Complementar 98/2011.
Os policiais respondem pela participação em "condutas transgressivas", bem como a "incapacidade de participação dos quadros da Polícia Militar", segundo consta no DOE.
Todos estão afastados preventivamente por 120 dias para as investigações "em virtude da prática de ato incompreensível com a função pública, gerando clamor público, tornando os afastamentos necessários à garantia da ordem pública", justifica o documento.
Entenda o caso
O motim de parte dos PMs ocorre desde o final da tarde da última terça (18). No dia seguinte, o senador licenciado e ex-governador Cid Gomes chegou a ser atingindo por 2 tiros de armas de fogo em grande tumulto em Sobral. Em meio a policiais amotinados, há a presença de 2,5 mil soldados do Exército Brasileiro no Ceará reforçando a segurança nas ruas do Estado, além de 150 agentes da Força Nacional que estão na região para conter a crise na segurança pública.
Essas medidas estão dentro da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) decretada pelo presidente Jair Bolsonaro na última quinta (20).