Corte no fornecimento de água atinge Jaguaretama por seis dias

O desabastecimento foi provocado por falta de energia elétrica no sistema de captação de água e depois houve interrupção para conserto de vazamentos na rede de distribuição

Moradores da cidade de Jaguaretama, no Vale do Jaguaribe, enfrentaram falta de água no sistema local de abastecimento por seis dias. Somente nesta segunda-feira (13), a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) começou a distribuir água para os consumidores, mas o fornecimento somente será normalizado em 48 horas.

A falta de água em Jaguaretama até a manhã de hoje afetou cerca de duas mil famílias. O empresário Márcio Lemos Queiroz, observou que a maioria dos moradores não dispõe de caixa d’água e sem reserva sofre com o desabastecimento. “Essa é a segunda vez que o problema ocorre neste ano”, disse. “Quem não tem caixa fica sem água”.

Um dos moradores atingidos com a falta de água foi o servidor público municipal, Marcelo Souza. “Nesse tempo de pandemia, que há necessidade de mais banho e higiene pessoal, a gente ficar sem água em casa é muito ruim”, reclamou. “Houve várias reclamações e ficaram de enviar técnicos para ver o que aconteceu”.

A dona de casa Francisca Nogueira, moradora de área mais elevada disse que ainda a água não chegou na torneira da casa dela e dos vizinhos. “Por enquanto continua faltando água”, afirmou. “Quem não tem caixa, fica sem água logo quando falta, e como fazer para tomar banho, lavar roupa?”. 

De acordo com a Cagece, a falta de água na cidade de Jaguaretama ocorreu inicialmente por interrupção no sistema de energia elétrica na unidade de bombeamento do recurso hídrico para a Estação de Tratamento de Água (ETA) da cidade. Posteriormente, ainda conforme a Companhia, houve necessidade de paralisação do abastecimento para conserto de vazamentos na rede de distribuição, perdurando a falta de  água ao longo da semana passada.

Por nota, a Cagece garantiu que o abastecimento de água recomeçou nesta segunda-feira, mas, "como a distribuição da água funciona por pressão, o equilíbrio total deve ocorrer em até 48 horas nas áreas mais elevadas ou distantes”.

Problema no abastecimento 

A falta de água na cidade fez com que temporariamente os moradores voltassem a conviver com uma realidade não muito distante. Entre 2014 e 2017, a cidade enfrentou crise no abastecimento em decorrência da perda de volume do açude Riacho do Sangue, em Solonópole. Houve necessidade de distribuição de água por caminhões-pipa, que diariamente atendiam a demanda da população.

O ponto de captação no Riacho do Sangue ficou seco. A alternativa encontrada, à epóca, foi a transferência de água do açude Castanhão por meio de uma adutora emergencial de montagem rápida, mas a perda de volume do reservatório, deixou o recurso hídrico distante, sem possibilidade de transferência.

Depois, o açude Orós passou a atender a demanda dos moradores, transferindo água até um ponto de captação no rio Jaguaribe. Na atual quadra chuvosa, com a recarga dos açudes Riacho do Sangue e Orós e cheia dos rios Salgado e Jaguaribe a situação deve ser mais tranquila até o fim do ano.