Caso de variante Delta divulgado por prefeito de Sobral é o mesmo de Itapipoca; entenda

Paciente está sendo monitorado, está assintomático e evolui bem clinicamente

Dos quatro casos da variante Delta do coronavírus confirmados no Ceará nesta quinta-feira (29), um deles é de um homem registrado como morador de Itapipoca, mas que está cumprindo quarentena em Sobral. A informação foi confirmada pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), na tarde desta sexta-feira (30). 

Após a divulgação dos locais de residência dos quatro pacientes, que chegaram ao Ceará em voos oriundos do Rio de Janeiro, dois foram identificados como moradores de Fortaleza, um de Caucaia e um de Itapipoca. Na noite da quinta-feira (29), no entanto, o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, anunciou nas redes sociais que um dos homens monitorados com a variante era do Município. 

A Sesa explicou que, no ato da notificação, o homem informou às autoridades de Saúde residir em Itapipoca, onde trabalha. No entanto, decidiu passar o período de isolamento em Sobral, onde mora a família.

Contatos são monitorados

Também na tarde desta sexta-feira, a Secretaria da Saúde de Sobral disse, em nota, que o paciente cumpre isolamento domiciliar, está sendo monitorado pelas equipes das vigilâncias Epidemiológica e Sanitária do município e evolui bem clinicamente. Ele está assintomático.

Conforme a pasta, "foram identificados ainda quatro contatos próximos durante a viagem, todos de Sobral. Essas pessoas seguem sendo monitoradas, conforme os protocolos de segurança em saúde vigentes"

"Os contatos familiares também estão cumprindo isolamento e seguem em monitoramento e aguardam resultados de exames", diz a pasta.

Ainda segundo a secretaria, ele já cumpriu 10 dias de isolamento e, com o resultado positivo para a variante Delta, seguirá isolado até completar os 14 dias.

PERFIL DOS PASSAGEIROS INFECTADOS

Segundo a Sesa, os quatro passageiros, sendo três mulheres e um homem com idades entre 22 e 26 anos, desembarcaram em três voos diferentes, oriundos do Rio de Janeiro, entre os dias 19 e 21 de julho.

O pesquisador Fábio Miyajima, coordenador da Rede Genômica da Fiocruz Ceará, explica que, apesar de estarem em aeronaves distintas, os quatro diagnosticados com a variante têm em comum a passagem pelo Aeroporto Internacional Galeão, no Rio de Janeiro, na semana passada. 

Três deles apresentaram sintomas e um foi assintomático. As pessoas examinadas no Centro de Testagem de Viajantes do Aeroporto de Fortaleza são escolhidas de forma aleatória. 

Além de manter a quarentena, eles deverão fazer novas coletas para medição de carga viral, potencial de transmissão e estudo de anticorpos.

Cuidados para evitar a transmissão comunitária

Fábio Miyajima acrescenta que as autoridades de saúde têm fortalecido a vigilância epidemiológica, no Ceará. O foco é impedir a transmissão comunitária como houve com variante brasileira, denominada P1

A transmissão comunitária é quando o vírus está mais disseminado e já não é possível rastrear o caso que originou as infecções

“Saímos de um modelo passivo, reativo para um proativo, mais em tempo real. Se tivéssemos essas mesmas condições quando a variante P1 foi introduzida no Ceará, talvez, estivéssemos numa situação melhor”, avaliou. 

“Mas não temos como voltar no tempo. Estamos tentando aprender, realizando um monitoramento mais ativo e o rastreio para que se evite a transmissão comunitária e que se espalhe pelos municípios e bairros da Capital”, completou. 

Segundo o especialista, as testagens ocorridas no Aeroporto integram um fluxo de prioridade para evitar a importação de variantes. Assim,  as amostras são analisadas em tempo mais célere, de uma semana a 10 dias.