Quem é Cristiano Zanin, indicado de Lula para vaga no STF? Veja currículo

Advogado poderá atuar na maior Corte do País pelos próximos 28 anos

Cristiano Zanin será o indicado do presidente Lula nesta quinta-feira (1º) para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF). A cadeira foi deixada em abril devido à aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski. O Senado precisará aprovar o nome indicado para compor o quadro de ministros do STF até novembro de 2050. A informação foi confirmada pelo presidente do Senado Rodrigo Pacheco.

Zanin tem 47 anos, possui duas décadas de carreira na advocacia. Ele foi advogado de defesa de Lula nos processos penais da operação Lava Jato desde 2013. Lula foi condenado e preso, mas os processos foram anulados pelo STF após recursos de Zanin.

Embora tenha defendido Lula, Zanin não é filiado a nenhum partido político e também não é especialista na área penal. 

O advogado ainda passará por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O nome dele precisará ser aprovado pelo colegiado e pelos demais parlamentares da casa.

Carreira como advogado

Cristiano Zanin é graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Natural de Piracicaba, no interior de SP, Zanin é especialista em litígios estratégicos e decisivos, empresariais ou criminais, nacionais e transacionais. 

O advogado e a esposa Valeska Teixeira Zanin Martins gerenciam um escritório com sedes em São Paulo e Brasília. A mulher de Zanin é filha de Roberto Teixeira, membro fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) e já defendeu Lula em ações. 

O site do escritório aponta que eles são "especialistas no enfrentamento de lawfare, uma forma ilegítima de uso do Direito que vem sendo adotada por algumas autoridades nacionais e internacionais para obter resultados políticos, geopolíticos, econômicos e militares". 

Em um dos desdobramentos da operação Lava Jato, no Rio de Janeiro, o advogado foi apontado como o suposto líder de um esquema de fraudes no Sistema S (Senac, Sesi e Senai). Foi determinado, inclusive, uma operação de  busca e apreensão na casa de Zanin. Posteriormente, o STF anulou as diligências.

Lula na ONU

O advogado indicado por Lula também foi um dos responsáveis por levar o processo da Lava Jato em que o atual presidente foi condenado e preso ao comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas. 

De forma inédita, este foi o primeiro comunicado individual levado à corte internacional em favor de um brasileiro. O órgão concluiu que os direitos políticos de Lula foram violados em 2018, quando ele foi impedido de disputar as eleições. 

O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu ainda que o ex-juiz Sergio Moro foi parcial em seu julgamento dos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da Operação Lava Jato.

A decisão é atualmente paradigma internacional sobre o direito individual. "Toda e qualquer pessoa deve ser julgada por um juiz independente e imparcial" , diz o paradigma.