A candidata a deputada federal Adelita Monteiro (Psol) protocolou, nesta quinta-feira (8), ações públicas no Ministério Público do Ceará (MP-CE) e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) pedindo investigação sobre o deputado estadual e candidato à reeleição Delegado Cavalcante do Partido Liberal (PL), pelas falas proferidas durante evento público na Praça Portugal, em Fortaleza, no dia 7 de setembro.
Na ocasião, o candidato bolsonarista disse que "O presidente Bolsonaro é o mais querido, é o que a população está querendo. E digo mais: se a gente não ganhar... se a gente não ganhar, se eles roubarem nas urnas, nós vamos ganhar na bala. Não tem nem por onde, nós vamos ganhar na bala".
Junto ao MPCE, a candidata do Psol pediu formalmente a abertura imediata de apuração para investigar os crimes de incitação a violência; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado e interrupção do processo eleitoral.
Já no TRE-CE, solicitou que para retirar imediatamente das redes do deputado o conteúdo que incita ao ódio e atenta contra o resultado das urnas. Na ação no TRE-CE também é solicitado a aplicação de multa no valor de R$ 25 mil, em caso de reincidência.
Repercussão
A fala do candidato teve bastante repercussão e na quinta-feira (8), o TRE, em nota, lamentou a declaração do candidato e reforçou a confiança no sistema eleitoral brasileiro.
"O TRE lamenta a postura do candidato e reforça a confiabilidade do processo eletrônico de votação. O tribunal conclama candidatos e sociedade para uma campanha que não estimulem a violência".
No mesmo dia, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), deputado Evandro Leitão (PDT) manifestou repúdio às falas de Cavalcante.
Evandro classificou a declaração do Delegado Cavalcante com ameaça e disse que ela “atenta contra as instituições e a legitimidade do processo eleitoral e a democracia". "Lamento tais manifestos e informo que a Assembleia Legislativa tomará as devidas providências cabíveis, quando representada for", garantiu.
Já Delegado Cavalcante, em nota, disse que fez uso de expressão própria do jargão policial. "Através de jargão policial, manifestei a minha revolta devido a certos problemas que ainda assolam o Ceará" e alegou ainda que a fala foi utilizada para "impor uma interpretação duvidosa, gerando desinformação".
"O fato é que uma mera expressão da minha atividade, pois o sangue de um delegado de Polícia corre em minhas veias, foi utilizada para impor uma interpretação duvidosa, gerando desinformação e, é óbvio, um momento oportuno para que outros candidatos disto se aproveitem".