A Associação dos Procuradores da Administração Centralizada de Fortaleza (Apacefor) repudiou, nesta quarta-feira (22), a agressão sofrida pela procuradora-geral do município de Registro (SP), Gabriela Samadello, de 39 anos, na última segunda-feira (20), dentro da Prefeitura em que trabalha.
A violência foi praticada pelo colega de trabalho de Samadello, o procurador Demétrius Oliveira Macedo, 34.
No boletim de ocorrência (B.O) aberto para investigar o caso, a vítima disse que a violência ocorreu após ela solicitar a abertura de um procedimento administrativo para investigar a postura de Demétrius no ambiente de trabalho. A iniciativa se deu porque ele teria sido grosseiro com outras funcionárias.
O suspeito chegou a ser detido, mas foi liberado em seguida por não configurar mais "prisão em flagrante". Todas as cenas da agressão foram filmadas por colegas de trabalho da procuradora-geral, que tentaram intervir para ele parar com as agressões.
Em nota, a Apacefor prestou solidariedade a Gabriela Samadello e cobrou apuração rigorosa do caso.
"É inaceitável que a Procuradora Geral, no exercício de suas atribuições institucionais, seja vitimada por violência física. É igualmente inaceitável que a profissional mulher seja agredida em sua dignidade. A Apacefor espera que o caso seja apurado, com todo rigor, para aplicação das penalidades cabíveis ao agressor", diz a nota.
Entenda
A vítima, Gabriela Samadello, trabalhava no seu gabinete quando foi surpreendida por Demétrius. Segundo consta no B.O, primeiro ele desferiu uma cotovelada contra a vítima, seguida de socos no rosto. Uma funcionária tentou ajudar a parar a agressão, mas foi empurrada pelo homem e bateu as costas na porta do local de trabalho. O procurador só foi parado quando dois funcionários do setor jurídico ouviram os gritos e conseguiram contê-lo.
A Prefeitura de Registro informou que suspendeu Demétrius, com prejuízo aos seus vencimentos a partir de 21 de junho, e manifestou "o mais absoluto e profundo repúdio aos brutais atos de violência realizados pelo procurador municipal contra a servidora municipal mulher que exerce a função de procuradora-geral do município".
Em entrevista nesta quarta-feira (22) à TV Tribuna, afiliada à Rede Globo, o delegado do 1º Distrito Policial da cidade, Fernando Carvalho Gregório, disse que o procurador-geral admitiu a agressão e disse que sofria "assédio moral" no ambiente de trabalho.