Nunes e Boulos se abraçam e trocam farpas sobre apagão durante debate em SP

Candidatos à prefeitura paulistana participaram do primeiro debate do segundo turno das eleições municipais

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), participaram, nessa segunda-feira (14), do primeiro debate do segundo turno das eleições municipais, promovido pela TV Bandeirantes. Os políticos trocaram críticas e discutiram sobre a culpa do apagão de energia registrado na Grande Capital. 

Na ocasião, o deputado federal responsabilizou a Enel e o adversário, que é o atual prefeito da cidade, que, segundo ele, não fez a poda das árvores. Cerca de 354 mil de imóveis do município seguem sem energia elétrica após uma tempestade atingir a localidade, na última sexta-feira (11), apontou boletim divulgado pela companhia elétrica nessa segunda-feira. 

"Fico impressionado com a sua incapacidade de assumir responsabilidade. Sempre o problema é do outro. Você não faz poda de árvore e o culpado é o Lula. [...] Não é feio assumir um erro. Você errou", disparou Boulos. 

Em resposta, Nunes se defendeu afirmando que a poda de árvores também é de responsabilidade da prestadora de energia. "Seis mil podas estão pendentes de a Enel fazer o corte porque são árvores que estão encostadas nos fios", disse. O emedebista ainda afirmou que deputado estaria defendendo a Enel e também criticou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, associando-o a Boulos e que ele estaria na Europa renegociando contrato da empresa privada.

No debate, o psolista disse que, caso eleito, tirará a Enel da Capital paulista e falou que o atual prefeito não tem "pulso". 

"Além da responsabilidade da Enel, tem a sua. Seria mais digno você vir aqui, diante das pessoas que sofreram nesses dias, e pedir desculpa por não ter feito a lição de casa. Em novembro do ano passado teve um apagão", disse. 

Candidatos se abraçam

Em outro momento, Boulos disse que Nunes teria de responder sobre a nomeação de ex-cunhado de Marcola (apontado como chefe do PCC) a cargo na gestão municipal, e também se o prefeito aceitaria abrir o sigilo bancário. 

O prefeito de São Paulo rebateu dizendo que suas contas estão abertas, que não possui investigação e que Boulos já "fugiu" da Justiça. 

"Meu sigilo bancário já é aberto e está aberto. Não tenho nenhuma investigação. Nunca fui condenado. Nunca fugi da Justiça igual você. Você ficou seis anos fugindo do oficial de Justiça naquela ação de depredação do Pinheirinho, jogou pedra na viatura, foi preso. O oficial de Justiça não achava ele e prescreveu." 

Enquanto o emedebista falava, Boulos se aproximou de Nunes, que disse: "Você não vai me intimidar". O prefeito, então, abraçou o adversário. (Assista momento abaixo)