O ex-prefeito de Fortaleza e pré-candidato a governador do Ceará, Roberto Cláudio (PDT), disse que tem feito "todo esforço para ser unificador" diante da crise política em torno do seu nome para sucessão estadual.
Ele enfrenta resistência explícita de alas do PT cearense após líderes do partido no Ceará manifestarem preferência pela reeleição da governadora Izolda Cela (PDT), sugerindo que a possível indicação do ex-gestor seria capaz de romper a maior aliança política do Estado.
Roberto Cláudio esteve na inauguração da Escola do Parlamento na manhã desta segunda-feira (30), na Câmara Municipal de Fortaleza. O evento teve como destaque uma aula magna ministrada pelo pré-candidato a Presidência da República Ciro Gomes (PDT).
Também na corrida para ser o escolhido como candidato do grupo governista, o deputado federal Mauro Filho (PDT) marcou presença no evento.
Diante de desgates com o PT Ceará, após declarações de Ciro Gomes contra nomes do partido, o ex-prefeito tenta manter um tom apaziguador e indica poder ser um nome na unificação da aliança entre os dois partidos.
"Eu tenho dito que, no que tiver ao nosso alcance, defenderemos a manuntenção dessa aliança. Todo esforço nosso é nesse sentido. Continuarei também fazendo todo esforço de ser unificador", disse o ex-prefeito.
Questionado se, caso não fosse o nome indicado pelo grupo, teria um "plano B", Roberto Cláudio afirmou que, no momento, não há uma programação pessoal nesse sentido.
"Eu não refleti honestamente sobre isso, não. O que interessa é que temos quatro membros do PDT, orgulhosamente, partes desse projeto e estamos unidos e coesos", destacou.
"Quem decide é o PDT"
Minutos antes da palestra que deu na Câmara, Ciro Gomes voltou a repetir, durante entrevista coletiva, que a escolha do próximo candidato ao Governo do Estado será feita dentro do PDT e que o partido não ouvirá "imposição" do PT.
"Quem vai escolher a candidatura do PDT é o PDT. Não aceitaremos imposição seja de quem for e seja qual consequência for", disse o pedetista.
No início de maio, Ciro atacou o que chamou de "lado corrupto do PT" no Ceará. Ele fez acusações contra a gestão da ex-prefeita Luizianne Lins (PT) e disse que está disposto a "enfrentar o PT" também à nível estadual.
A fala gerou repercussão imediata, e o diretório estadual do PT chegou a se reunir para tratar sobre a manutenção da aliança. O encontro, no entanto, gerou uma carta assinada pelos líderes que não falou em rompimento.