De volta ao cargo, prefeito de Itaiçaba organiza carreata em comemoração

Frank Gomes foi afastado da prefeitura pelo TJ-CE em novembro do ano passado. Ele é acusado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) de uma série de crimes contra a administração pública

Após fim de afastamento determinado pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), o prefeito de Itaiçaba, Frank Gomes (PDT), convocou a população pelas redes sociais para uma carreata de comemoração na tarde desta segunda-feira (29).

"Ele voltou! Vamos comemorar? Convidamos toda a população para a grande carreata do retorno do prefeito Frank Gomes, passando pelas principais ruas e avenidas da cidade", diz o anúncio, publicado no Instagram do gestor via Stories.

Frank Gomes foi afastado da prefeitura pelo TJ-CE em novembro do ano passado.  Ele é acusado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) de uma série de crimes contra a administração pública.

O órgão também pediu a manutenção do afastamento do prefeito à desembargadora Vanja Fontenele, relatora do caso, mas ainda não houve julgamento sobre isso. De acordo com o colunista Inácio Aguiar, o requerimento será apreciado nos próximos dias. A defesa de Gomes afirma que apresentou petição refutando o pedido do MP.

Investigação

A investigação da Procuradoria dos Crimes contra o Patrimônio Público (Procap) aponta a prática de crime de reponsabilidade, falsidade ideológica, associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, supostamente por meio de desvios de recursos e pagamentos indevidos.

Em novembro, ainda no âmbito deste processo, o TJ-CE também determinou quebra de sigilo dos investigados e busca e apreensão em vários endereços, incluindo a sede do governo de Itaiçaba. 

À época, um irmão do prefeito, Ermógenes Gomes, e o deputado estadual recém-eleito Stuart Castro (Avante) foram presos por suspeita de participação nos possíveis crimes, mas liberados posteriormente.  

A responsabilização de Frank Gomes também foi levada à Câmara Municipal que, na última semana, aprovou relatório da comissão de cassação pelo prosseguimento da denúncia ao plenário e pela destituição do gestor. Para que a perda de mandato seja efetivada, é necessário seis votos favoráveis em plenário.

O prefeito ainda chegou a ser notificado via Diário Oficial para apresentar defesa ao Parlamento, perdeu o prazo, mas conseguiu uma nova chance de rebater as acusações. Mesmo assim, os vereadores da comissão decidiram seguir com o processo, posição reforçada recentemente.