Palco da revogação da Taxa do Lixo nessa quinta-feira (9), a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) conta com apenas oito dos 20 vereadores que votaram favoráveis à criação do imposto, em 2022. Dos outros 12, oito tentaram reeleição, mas ficaram apenas na suplência. Os que conseguiram a recondução, todos mudaram de opinião e agora votaram a favor da extinção da taxa.
A começar por Bruno Mesquita (PSD) e Professor Enilson (Cidadania), que foram indicados à liderança do prefeito Evandro Leitão (PT), autor da mensagem do fim da cobrança. O primeiro, inclusive, foi relator do novo texto nas comissões e elaborou pareceres pela sua aprovação.
Ao comentar a rejeição das emendas que previam remissão de dívidas e compensação a adimplentes, Bruno Mesquita disse ao PontoPoder o seguinte: “a taxa que foi cobrada para trás não diz respeito ao prefeito Evandro Leitão. Nosso compromisso foi acabar com a taxa”.
Professor Enil, em publicação nas redes sociais no dia 3 de janeiro, mostrou sua nova posição sobre o tributo. “Vamos defender esse trâmite, esse trabalho, para extinguir a taxa do lixo e, desde já, parabenizar o prefeito Evandro Leitão que começa com o pé direito na administração de Fortaleza”, disse.
Há, ainda, Wellington Saboia (Podemos) que, embora tenha apoiado André Fernandes (PL) na disputa contra Evandro no segundo turno de Fortaleza, foi reconduzido ao comando do Procon da Capital, passando a compor a gestão do petista. “Aliado de primeira hora” do então prefeito José Sarto (PDT), como o próprio se descrevia, ele havia votado pela criação da taxa em 2022, mas decidiu apoiar a revogação na sessão desta quinta.
Ana Aracapé (Avante), Dr. Luciano Girão (PDT), Emanuel Acrízio (Avante), Gardel Rolim (PDT) e Kátia Rodrigues (PDT) completam a lista de vereadores que mudaram de ideia sobre a taxa do lixo nesses dois anos.
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De fora da discussão
Quanto aos vereadores que não seguiram nos seus assentos em 2025, três deles não chegaram a concorrer às eleições. Trata-se de Antônio Henrique (PDT) – deputado estadual atualmente –, José Freire (PSD) e Renan Colares (PDT).
Este é irmão do vereador recém-empossado Marcel Colares (PDT) e filho do deputado estadual Fernando Hugo (PSD). José Freire, por sua vez, lançou o filho Gabriel Freire (PDT) à disputa proporcional, mas o jovem ficou na suplência.
Os demais até tentaram manter a vaga na Câmara Municipal, mas as suas bancadas partidárias tiveram nomes com desempenhos melhores nas urnas.
Exemplo disso é Carlos Mesquita (PDT), que foi líder do Governo Sarto à época da votação polêmica. “Esse lixo, que colocaram a taxa de lixo não é justo. A taxa não é lixo. Queremos fazer justiça social. Não é penalizar. Houve um trabalho de mídia errado e vamos tentar corrigir essa imagem”, chegou a declarar o vereador, em defesa da proposta, durante as discussões.
Além dele, encaixam-se nesse contexto Cláudia Gomes (PSDB), Cônsul do Povo (PSD), Ésio Feitosa (Agir), Lúcio Bruno (PDT), Marcelo Lemos (Avante), Pedro França (Cidadania), Raimundo Filho (PDT) e Stélio Frota (PP).