A retomada das conversas entre nomes do PDT no Ceará sobre os rumos do partido ainda são vistas com cautela pelo prefeito de Fortaleza José Sarto (PDT). A menos de dois anos para as novas eleições e tendo no horizonte a possibilidade de tentar a reeleição, o mandatário se diz “vítima” da crise interna na sigla, deflagrada em meio ao fim da aliança entre PT e PDT no Estado.
Sarto participou da reunião acompanhado de seus aliados de primeira ordem: Carlos Mesquita (PDT), líder do Governo na Câmara, Lúcio Bruno (PDT), vereador de Fortaleza, e Antônio Henrique (PDT), deputado estadual e ex-presidente da Câmara de Fortaleza. O grupo deixou a reunião minutos antes do fim.
Questionado se a retomada dos encontros com correligionários pode sinalizar uma reaproximação da sigla, o prefeito foi novamente cauteloso.
“Conversa em que não há franqueza e sinceridade, em que não existem esses componentes, não pode progredir. Quando há franqueza, paz no coração e tranquilidade, a gente diverge, compreende as diferenças, compreende os projetos diferentes, e se no final a gente não chegar a um consenso, aí o partido define por votação, mas assim, a divergência é para isso”, pontuou.
“Vítima”
O prefeito saiu do encontro apontando que “mágoas ainda persistem” de ambos os lados do partido. Na prática, os pedetistas estão divididos em dois grupos: um alinhado ao senador Cid Gomes (PDT), que defende que o partido integre a base do Governo Elmano de Freitas (PT), e outro ligado ao ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), defensor de que os pedetistas se estabeleçam na oposição.
“Quero lhes dizer que eu me sinto o único, vamos dizer assim, a vítima dessa história, porque logo quando eu sou prefeito resolvem brigar, gente, que coisa, hein? Eu estou prefeito para defender Fortaleza, é o que farei
No caso de Sarto, há um alinhamento entre ele e o ex-prefeito Roberto Cláudio. O atual prefeito, inclusive, foi o primeiro defensor público, no ano passado, da candidatura do antecessor ao Governo do Ceará. A partir dali, petistas e pedetistas passaram a reagir, defendendo alternativas ou impondo vetos.