O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) deu mais detalhes da operação da qual foi alvo na manhã desta quarta-feira (15) em entrevista à Globonews. Segundo ele, o mandado de busca e apreensão tinha informações incorretas, como o número do apartamento em que reside. Ele ainda chamou a ação da Polícia Federal de "invasão" e disse que até o diário pessoal da sua esposa, Gisele Bezerra, foi fotografado.
O ex-ministro é um dos alvos da "Operação Colosseum", deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta, e que cumpriu 14 mandados de busca e apreensão no Ceará e em outros três estados para apurar supostas fraudes e corrupção nas obras da Arena Castelão, entre 2010 e 2013.
O irmão de Ciro, o senador Cid Gomes (PDT), também está entre os alvos da Operação.
Busca e apreensão
Ferrenho crítico do presidente Jair Bolsonaro, Ciro Gomes afirmou que a intenção da operação foi "constranger" e "calar a minha boca". "Um democrata está sendo combatido com as ferramentas do estado brasileiro - a Polícia Federal, um juiz descuidado". Ele afirmou que irá entrar com petição para que o juiz reconsidere a decisão, pois não há nenhum "elemento contra mim, pessoalmente".
"Embora eu defenda que todo homem público seja investigado. Sou contra sigilo bancário. Agora, entraram aqui e fotografaram o diário pessoal da minha esposa. Tenha a santa paciência", ressaltou.
Ciro Gomes é casado com Gizele Bezerra desde 2017, enquanto os fatos investigados se referem ao período de 2010 a 2013, antes do início do relacionamento deles. Ele disse que a operação foi um "constrangimento para mim e para minha família". "Estou sendo vítima de uma grande indignidade", ressaltou.
Informações incorretas
O ex-ministro disse ainda que, apesar da investigação está em andamento desde 2018, nunca foi notificado pela Polícia Federal. Segundo ele, os agentes de segurança chegaram a sua casa nesta quarta, às 6 da manhã, com mandado "inclusive com defeitos" - o número do apartamento, por exemplo, estaria incorreto.
"Naquele intremente, eu queria saber até se não era um atentado, se não era um truque, porque eu não estou devendo nada, não fui chamado para responder a nada", ressaltou. Ele disse que irá buscar não apenas se defender de eventuais acusações, como responsabilizar autoridades "que estão causando esse constrangimento".
"Eu vivo do meu bom nome. Uma suspeição que vai arranhar a minha imagem na hora que estou me preparando para lançar uma candidatura que é dificílima. Vou contra Lula, contra Bolsonaro, contra esse picareta do Sérgio Moro, que está fazendo escola. Eu tenho direito ao meu bom nome", disse.