Autoridades e entidades se manifestam sobre ataque de Roberto Jefferson contra a PF

Políticos e e representantes de classe repudiaram a ação. Nesse domingo (23), ex-deputado federal atirou em agentes que cumpriam mandado de prisão contra ele, no interior do Rio.

Diferentes autoridades brasileiras reagiram ao ataque de Roberto Jefferson contra policiais federais. No começo da tarde deste domingo (23), o ex-deputado federal atirou e jogou uma granada contra agentes da PF que cumpriam mandado de prisão contra ele.

Investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-deputado federal estava em regime domiciliar desde o início do ano. A pena alternativa foi revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, após Jefferson descumprir a medida de proibição de usar redes sociais.

No último sábado, Jefferson divulgou vídeos com ataques ao processo eleitoral e aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Veja os comentários:

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara

“O Brasil assiste estarrecido a fatos que, neste domingo, atingiram o pico do absurdo. Em nome da Câmara, repudio toda reação violenta, armada ou com palavras, que ponham em risco as instituições e seus integrantes. Não admitiremos retrocessos ou atentados contra nossa democracia.”

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado

“As atitudes repugnantes que ofenderam a ministra Cármen Lúcia e a deputada Marina Silva, duas valorosas mulheres brasileiras, não representam a nossa sociedade, que busca um país com mais equilíbrio, serenidade e igualdade. Preocupa-nos quantos fatos desses, a todo instante, acontecem com as mulheres Brasil afora sem que tenhamos conhecimento. Puni-los e calá-los é obrigação moral das instituições, principalmente da Justiça Penal. O Estado democrático de Direito confere liberdades ao cidadão, jamais o direito de praticar crimes e violar direito alheio.”

Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) 

"A Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) repudia veementemente o ataque sofrido por policiais federais durante o cumprimento de mandado de prisão, neste domingo (23/10), na casa do ex-deputado Roberto Jefferson, no município de Levy Gasparian, no Rio de Janeiro. É totalmente inaceitável qualquer tipo de violência contra policiais federais, em especial no cumprimento do dever legal estabelecido pela Constituição Federal. A ADPF estima pela pronta recuperação dos policiais federais vítimas desse absurdo atentado. Os Delegados Federais vão acompanhar vigilantes o desdobramento dos fatos e exigirão uma rigorosa punição ao responsável pelas agressões". 

Tania Prado, presidente da Federação Nacional dos Delegados da PF (Fenadepol) e do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo

“Os fatos ocorridos hoje são gravíssimos, trata-se de tentativa de homicídio qualificado praticado contra policiais federais, uma afronta ao Estado constituído, e merece punição exemplar ao seu autor.”

Associação de Delegados de SP 

"Para a ADPESP, é inaceitável e injustificável qualquer violência contra policiais no exercício de suas funções. A Associação se solidariza com os agentes federais que estavam na diligência em que houve o ocorrido, e deseja pronta recuperação aos policiais feridos".

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), senador

"Os acontecimentos das últimas horas mostram diante de qual escolha nós estaremos, no curso dessa semana, até o próximo domingo. Um conhecido bolsonarista, delinquente e em prisão domiciliar, grava um vídeo, covarde, machista contra uma ministra do STF. A Justiça toma a medida de recolhê-lo e o que ele faz? Ele atira, dispara tiros contra policiais federais, atinge dois, lança granadas, reage de forma igualmente covarde contra as forças de segurança. É isto que representa o bolsonarismo, é isto que representa Bolsonaro. É contra isso que estamos lutando para devolver a democracia ao país. A esta altura, não se trata mais de manter a democracia, mas de interromper um ciclo autoritário que está em curso no nosso Brasil.”

Beto Simonetti, presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)

"O advogado, ao fazer referência à um voto da ministra no âmbito no TSE, a atacou gravemente, fato que revela violação a deveres consignados no Estatuto da Advocacia e da OAB, bem como no seu Código de Ética e Disciplina, dentre eles, o dever de urbanidade"