A tela "As Mulatas", do artista brasileiro Di Cavalcanti, foi um dos patrimônios artísticos danificados, nesse domingo (8), durante a invasão ao Palácio do Planalto, em Brasília.
A obra é avaliada em cerca de R$ 8 milhões e foi perfurada em sete locais no ato criminoso, que ainda vandalizou os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.
Segundo a Secretaria de Comunicação Social do Governo, o objeto é a principal peça do Salão Nobre da sede do Executivo Nacional e foi encontrado com sete rasgos, de diferentes tamanhos. Além disso, o mural é um dos mais importantes da produção do pintor.
"Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até 5 vezes maior em leilões", detalhou a Pasta.
Os danos provocados ao mural de Cavalcanti podem ser revertidos por meio de uma restauração. Especialistas ouvidos pelo jornal O Globo declararam que a recuperação de uma tela do tipo dura em torno de 90 dias. A restauradora Carla Prates garantiu à publicação que o processo consegue produzir um resultado satisfatório.
Outras obras danificadas
A tela de Cavalcanti estava exposta no terceiro andar do prédio, junto a outras como a escultura "O Flautista", de Bruno Jorge, a mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck, que foi usada como barricada pelos vândalos, e o relógio de Balthazar Martinot, que data do século XVII e foi presente da Corte Francesa para Dom João 6º.
Este último, cujo valor é considerado "fora do padrão", é o item que o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, acredita ser o mais difícil de recuperar. "O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história que representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK. É este o seu valor histórico", explica Carvalho.
Saiba as obras vandalizadas
Obra 'As Mulatas', de Di Cavalcanti
É considerada a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto. Foi achada com sete rasgos, de diferentes tamanhos.
Valor estimado: R$ 8 milhões.
Obra 'O Flautista', de Bruno Jorge
A escultura em bronze foi encontrada totalmente destruída, com pedaços espalhados pelo chão.
Valor estimado: R$ 250 mil
Escultura de parede em madeira, de Frans Krajcberg
A obra se utiliza de galhos de madeira e foi quebrada em diversos pontos. Seus pedaços foram atirados longe.
Valor estimado: R$ 300 mil
Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck
A mobília foi utilizada como barricada pelos invasores do prédio. Ainda será feita uma avaliação para calcular os danos.
Valor estimado: não informado
Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues
O móvel guarda as informações do presidente em exercício e teve o vidro quebrado.
Valor estimado: não informado
Relógio de Balthazar Martinot
O relógio de pêndulo data do século XVII e foi um presente da Corte Francesa para Dom João 6º. Martinot era o relojoeiro de Luís 14º. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas tem metade do tamanho da peça que estava guardada no Brasil.
Valor estimado: considerado fora de padrão