Após ser hostilizado, Ciro defende 'trégua de Natal' com o PT em torno do impeachment de Bolsonaro

Ex-ministro teve carro cercado por militantes com camisas da CUT na saída de um ato contra o Presidente da República

Após ser hostilizado na saída do ato contra Jair Bolsonaro (sem partido) ocorrido no sábado (2) em São Paulo, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) propôs uma "trégua de Natal" junto ao PT e demais partidos em torno da mobilização pelo impeachment do presidente da República.

Em entrevista coletiva neste domingo (3), o ex-governador cearense também traçou o que deverá ser a estratégia do PDT e outras entidades até os próximos atos, marcados para o feriado do dia 15 de novembro. Para Ciro, a hora é de mobilizar os artistas, viajar o Brasil e "não dar foco" ao acontecimento no final de semana.

Ao fim do discurso que proferiu em São Paulo no sábado, Ciro Gomes se dirigia para um veículo junto com a esposa e demais correligionários, entre eles o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Ele criticou Bolsonaro e defensores do Lula.

Um grupo de manifestantes se aproximou do veículo e o cercou gritando palavras de ordem. Os membros usavam camisetas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT. Defensores do pedetista entraram em confronto e troca de socos foram captadas por imagens feitas pelo público no local. 

A presidente nacional do PT, Gleise Hoffmann, em entrevista, chamou o ato de "incidente lamentável", e destacou que a atitude "nunca foi orientação do PT. 

Trégua

A agressão a Ciro repercutiu nas redes sociais, e militantes saíram em defesa do ex-ministro, condenando a tentativa de intimidação ocorrida após o discurso. 

Como estratégia, Ciro anunciou que espera conseguir uma "trégua de Natal" - em alusão às guerras, quando adversários deixam de se atacar apenas na noite de Natal. 

"Eu vou continuar estabelecendo com muita clareza diferenças com o bolsonaro e com o Lulopetismo, isso será a marca do dia a dia. Mas se nós concordamos que  existe um inimigo mortal a ponto de comprometer as eleições, temos que ter a obrigação disso", falou o pedetista durante a coletiva. 

Ciro disse também estar interessado nos votos dos deputados federais do PT em torno do impedimento de Bolsonaro.

No discurso da Avenida Paulista, ele chamou de "inércia criminosa" a atitude do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que não pautou nenhum dos mais de 100 pedidos de impeachment protocolados na Casa.

No próximo dia 15 de novembro uma nova manifestação contra Bolsonaro está marcada para ocorrer no País. Ciro confirmou presença no ato, e disse que tentará mobilizar artistas para participaram. Ele também elencou que a estratégia será dividir a militância, e manifestou desejo de participar dos protestos em Belo Horizonte.