Desde o início do ano, no período da pré-campanha eleitoral, 19 deputados estaduais do Ceará (do total de 46) trocaram de partido. O recém-criado União Brasil, que filiou quatro deputados mais recentemente, foi o mais beneficiado com as movimentações partidárias. O PT ficou em segundo lugar com a filiação de três novos parlamentares.
As novas adesões acabaram alterando as composições nas bancadas da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE). O PT, agora com sete deputados, passou a ser a segunda maior força partidária na Casa, atrás apenas do PDT que permaneceu com 13 integrantes.
Uma costura do ex-governador Camilo Santana (PT) estimulou a filiação do deputado Júlio César Filho, ex-Cidadania, da deputada Augusta Brito, ex-PCdoB, e do deputado Nizo Costa, ex-PSB, ao Partido dos Trabalhadores.
Camilo também já havia articulado a chegada de 12 novos prefeitos à legenda antes do período da janela partidária. Dessa forma, o ex-governador ganhou ainda mais força no partido e conseguiu intimidar movimentações de candidatura própria ao Governo do Estado encabeçados pela deputada federal Luizianne Lins e o deputado federal José Airton.
Base
Com o PT fortalecido, a base do governo se manteve como a mais influente na Assembleia Legislativa. O PDT perdeu o deputado Zezinho Albuquerque, que foi para o PP, mas ganhou o deputado estadual Bruno Pedrosa, que se desfiliou do PP.
O MDB, que atua na base aliada, aumentou em uma cadeira os espaços no parlamento, chegando a seis representantes. Dessa forma, o governo segue com as três maiores forças partidárias individuais.
Os partidos PP, PSD, PSDB, PSD, Solidariedade, PV e PCdoB também integram o grupo agora liderado pela governadora Izolda Cela (PDT).
Oposição
A fusão entre PSL e DEM concentrou a oposição à direita no novo partido União Brasil. Com Capitão Wagner na presidência da sigla, lideranças com mandato procuraram a agremiação para a filiação.
Entre elas estavam Fernanda Pessoa, Heitor Férrer, Soldado Noelio e Tony Brito. O grupo opositor também se aproximou do PL com a chegada dos deputados André Fernandes e Delegado Cavalcante.
Desde a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal, a legenda no Ceará passou a atrair lideranças políticas da direita, como o ex-vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena.
Quem mais perdeu
A reorganização da oposição nos novos partidos e a articulação do ex-governador Camilo Santana ajudaram no desaparecimento de legendas na representação legislativa.
Os partidos Pros, Cidadania e PSB não têm mais representação nas cadeiras da Assembleia Legislativa.
Soldado Noelio e Tony Brito deixaram o Pros e desembarcaram no União Brasil. Júlio César e Audic Mota se desfiliaram do Cidadania e PSB, respectivamente.
Entre as legendas que mais perderam espaço, estão o PP (2 cadeiras), o Pros (2 cadeiras) e PSDB (1 cadeira).
Quem trocou de partido para as eleições de 2022:
- André Fernandes Republicanos para PL
- Apóstolo Luiz Henrique PP para Republicanos
- Audic Mota PSB para MDB
- Augusta Brito PCdoB para PT
- Bruno Pedrosa PP para PDT
- Delegado Cavalcante PTB para PL
- Fernanda Pessoa PSDB para União Brasil
- Fernando Hugo PP para PSD
- Gordim Araújo Patriotas para PSDB
- Heitor Férrer SD para União Brasil
- João Jaime DEM para PP
- Júlio César Filho Cidadania para PT
- Lucílvio Girão PP para PSD
- Nelinho PSDB para MDB
- Nizo Costa PSB para PT
- Soldado Noélio Pros para União Brasil
- Tony Brito Pros para União Brasil
- Walter Cavalcante MDB para PV
- Zezinho Albuquerque PDT para PP