O Tribunal de Contas da União (TCU) afastou o auditor que inseriu documento com informações distorcidas sobre a Covid-19 no sistema do órgão. As informações são do site Metrópoles.
No último domingo (6), Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques incluiu dados distorcidos no sistema, que foram usados pelo presidente Jair Bolsonaro para sugerir supernotificação de óbitos pela pandemia no Brasil.
Segundo o Tribunal de Contas, o documento não é oficial. Na manhã desta quarta, Marques confessou à sua chefia imediata no TCU que foi ele o autor das análises. Ele foi destituído de suas funções de supervisor no Núcleo de Supervisão de Auditoria do tribunal.
Ministro pede investigação da Polícia Federal
O corregedor do TCU, ministro Bruno Dantas, enviou um pedido à presidência do órgão nesta quarta-feira (8) para que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito para apurar as análises que levaram o presidente a divulgar a notícia falsa.
No documento, Dantas solicita a instauração de processo administrativo disciplinar com vistas à apuração da possível prática de infração funcional cometida por Marques. Ainda, é pedido o afastamento preventivo do auditor do tribunal para não atrapalhar as investigações.
Na última segunda-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro declarou que o tribunal produziu relatório afirmando que "50% dos óbitos por Covid não foram por Covid". No mesmo dia, o órgão disse, em nota, que não elaborou o documento.
"O relatório final, que não é conclusivo, disse que em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid, segundo o Tribunal de Contas da União", declarou Bolsonaro aos apoiadores.
Presidente admite erro
Na terça-feira (8), o presidente admitiu que errou ao creditar ao TCU o relatório, esclarecendo que ele próprio é a fonte da informação que indicaria a “supernotificação” nos índices.
Apesar de admitir o errou, Bolsonaro sustentou, sem apresentar provas, que os números relacionados às vítimas da Covid-19 são exagerados. O presidente ainda apontou que a inflação dos indicadores seria feita pelos estados "em busca de mais dinheiro", o que, segundo ele, será investigado pela Controladoria-Geral da União (CGU).