Após polêmica e resistência por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, desistiu nesta quinta-feira (28) de nomear Ilona Szabó para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Ilona é defensora de causas feministas e já emitiu opinião contrária ao armamentismo e a favor da legalização do aborto, opiniões contrárias ao que defendem Bolsonaro e apoiadores.
Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que desistiu de nomear a ativista devido à “repercussão negativa em alguns segmentos”. "Optou-se por revogar a nomeação, o que foi previamente comunicado à nomeada e a quem o Ministério respeitosamente apresenta escusas", diz a nota.
O Ministério afirmou também que a escolha havia sido "motivada pelos relevantes conhecimentos da nomeada na área de segurança pública e igualmente pela notoriedade e qualidade dos serviços prestados pelo Instituto Igarapé".
Críticas a Bolsonaro e reação
Em 2018, Ilona havia feito comentários com a hashtag #EleNão, campanha nas redes sociais que encorajava eleitores a não votar em Bolsonaro.
A nomeação de Ilona foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais na quarta-feira (27), principalmente pela participação de simpatizantes de Bolsonaro contrários à medida.
Alguns eleitores de Bolsonaro citaram a especialista em segurança como suposta “infiltrada” ou inimiga do governo, dentro de uma pasta do Ministério da Segurança.
“Espero urgência na revogação da nomeação dessa Ilona”, comentou uma usuária no Twitter, na legenda de uma foto de Ilona ao lado do ex-presidente Lula.
Apoiadores de Bolsonaro também criticaram Ilona pelo posicionamento dela em apoio ao aborto, contra o uso de armas e contra a ditadura.
Olha o tipo de postura da nomeada pelo Sérgio Moro. ELANÃO #IlonaNão pic.twitter.com/8AJFiPEs5T
— Amal H. Bakkar (@amalhanzi) 27 de fevereiro de 2019
Não é só drogas e desarmamento, talkei. Tem aborto também. #IlonaNão pic.twitter.com/APa4UzFAfk
— Allan dos Santos (@allantercalivre) 27 de fevereiro de 2019