Redação oficial: saiba o que é e como estudar o assunto para concurso público

Estilo de escrita é utilizado em documentos formais produzidos por órgãos públicos, empresas estatais e outras entidades governamentais

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Usada de forma rotineira no serviço público, a redação oficial é bastante cobrada em provas de concursos, especialmente os voltados às carreiras administrativas. Trata-se de um tipo de escrita que segue normas específicas para uma comunicação clara e objetiva e, por meio das avaliações, as bancas buscam identificar se o candidato compreende a estrutura, vocabulário e formalidades necessários no âmbito Institucional. 

De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, que redige essa padronização da escrita, a redação oficial é a maneira pela qual o poder público redige comunicações oficiais e atos normativos. Essa comunicação é feita por meio de documentos formais, podendo ser produzida por órgãos públicos, empresas estatais e outras entidades governamentais.

Objetivo da redação oficial

Segundo o professor de Português do curso Tiradentes Volney Ribeiro*, a linguagem usada na redação oficial é muito diferente da utilizada em textos literários, jornalísticos e na correspondência particular, tendo como objetivo permitir que o serviço público, sendo o responsável pela comunicação, o faça com a maior objetividade e clareza, impondo os parâmetros ao uso que se faz da língua. 

"É sempre o serviço público que comunica, ou seja, só existe um emissor, independentemente do ministério, da secretaria, do departamento, da divisão, do serviço, da seção. Então, a finalidade é comunicar com muita objetividade e com a máxima clareza", destaca. 

Nesse contexto, conforme o professor, o destinatário dessa comunicação pode ser o público, uma instituição privada, outro órgão, entidade pública do Poder Executivo, ou dos outros poderes. "E aquilo que é comunicado é sempre um assunto relativo às atribuições do órgão que comunica. Então, a redação oficial é necessária em diversos contextos, no âmbito institucional, governamental, sempre sabendo que a clareza, a formalidade, a impessoalidade são essenciais", afirma. 

Características da redação oficial

Conforme o Manual de Redação da Presidência da República, o texto de uma redação oficial se caracteriza por sete atributos: clareza e precisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade, formalidade e padronização; e o uso da norma padrão da Língua Portuguesa. 

Segundo o professor Volney Ribeiro, os atributos da redação oficial são definidos da seguinte forma:

  • Clareza: A clareza é a qualidade básica do texto. Um texto claro é aquele que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Por isso, ressalta o professor, não pode ser um texto "redigido de forma obscura, com ambiguidade, que dificulte ou impossibilite a sua compreensão";
  • Precisão: Conforme Volney, a precisão diz respeito à exatidão. Refere-se à apurada escolha de palavras e frases para a correta comunicação. "A precisão, de certo modo, acaba complementando a clareza", define;
  • Objetividade: A objetividade significa ir direto ao assunto que se deseja abordar. "Sem voltas, sem redundâncias. Para isso é muito importante que o redator já saiba de antemão qual a ideia principal e quais são as ideias secundárias que ele vai abordar";
  • Concisão: Trata-se de uma qualidade do texto oficial e consiste em transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. "A gente não está falando aqui de cortar pensamento, mas é eliminar caracterizações, comentários supérfluos, adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva, tudo aquilo que não acrescenta para o texto";
  • Coesão e coerência: A coesão e a coerência são atributos ligados à conexão, segundo o professor, sendo aquilo que favorece a conexão, a ligação e a harmonia entre todos os elementos do texto; 
  • Impessoalidade: Volney explica que a impessoalidade está ligada a dois aspectos: a obrigatoriedade de a administração pública proceder de modo a não privilegiar ou prejudicar ninguém, tendo como objetivo o interesse público; e a abstração da pessoalidade, e dos atos administrativos. "Apesar de a ação administrativa ser exercida por meio de seus servidores, ela é resultado unicamente da vontade estatal. Por isso que a redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos", acrescenta.
  • Formalidade e padronização: As comunicações administrativas devem ser sempre formais, obedecendo regras da forma, que são válidas tanto para as comunicações em meio eletrônico, quanto para eventuais documentos impressos. Segundo o professor, essa norma deve ser de forma imperativa. "No que diz respeito ao uso da norma padrão da língua portuguesa, é importante destacar que o uso padrão culto é imprescindível também, porque ele está acima das diferenças lexicais de vocabulário, morfológicas, sintáticas, regionais. O padrão culto está acima dos modismos vocabulários, das particularidades linguísticas. Então, a norma culta tem que ser usada aqui, de forma imperativa", destaca. 
  • Uso da norma padrão da língua portuguesa: Tratando-se de comunicação de norma culta devem ficar de fora regionalismo, neologismo e jargões burocráticos, em razão de sua compreensão limitada.

Como estudar redação oficial para concurso público?

Embora esteja elegível tanto para provas objetivas e discursivas, Volney Ribeiro aponta que, atualmente, as bancas de concurso público têm mais probabilidades de cobrar a redação oficial nas provas objetivas, seja em questões de certo ou errado, ou de múltipla escolha. 

Nesse contexto, conforme destaca o professor, a melhor forma de estudar a redação oficial é conhecer o Manual de Redação da Presidência da República, que tem sido a base para quase todos os concursos em que o assunto é cobrado. Além disso, ter um estudo dirigido com um professor da área é diferencial, uma vez que o profissional pode criar mecanismos para facilitar o entendimento do conteúdo, que é vasto.

"Um professor que já conhece o manual sabe aquilo que costuma ser mais cobrado, destacando os pontos principais, aquilo que é mais relevante, aquilo que tem sido mais recorrente, senão o aluno vai ter muita informação para memorizar e muitas vezes pode estar concentrado naquilo que não tem sido tão cobrado", afirma. 

Segundo o especialista, é comum que as bancas de concurso público transformem os tópicos do Manual de Redação da Presidência da República nas questões cobradas. 

"Costumam cobrar panorama da comunicação oficial, também o que é redação oficial, conceitos, atributos da redação oficial, pronomes e forma de tratamento, padrão ofício, expedientes oficiais de modo geral, conforme a gente vai encontrar literalmente no Manual de Redação da Presidência da República, de fato a letra de lei", diz. 

*Volney Ribeiro é professor de Lingua Portuguesa e Redação