Bastaram duas rodadas, na segunda fase da Série A, para se saber o quanto será difícil a manutenção de posições. Chegou a hora de a onça beber água. Para alguns clubes, que água? Salobra? Impura? Totalmente poluída? Filtrada? Não sei.
O Fortaleza, por exemplo, perdeu os dois jogos. Em casa, no Castelão, foi derrotado pelo Atlético-MG e no Beira-Rio foi derrotado pelo Internacional. Na primeira volta aconteceu exatamente o contrário: no Mineirão, ganhou de virada (1 x 2) do Atlético; no Castelão goleou o Internacional (5 x 1).
O Ceará, agora no returno, perdeu (2 x 0) para o Grêmio em Porto Alegre e empatou com o Santos no Castelão. Nas duas rodadas iniciais do turno, ganhou do Grêmio (3 x 2) no Castelão e foi derrotado pelo Santos na Vila Belmiro (3 x 1).
Observem então a contagem de pontos nas duas primeiras rodadas de cada fase. No primeiro turno, o Fortaleza ganhou seis pontos nos dois primeiros jogos. Agora, nos dois primeiros jogos, perdeu seis pontos. Não ganhou um ponto sequer. O Ceará, no turno, nos dois primeiros jogos, ganhou três pontos. Agora, no returno, nos dois primeiros jogos, ganhou apenas um ponto. Já se vê que as coisas se inverteram.
Evolução
O Ceará, no returno, estreou com derrota para o Grêmio. Resultado normal. Perder (2 x 0) em Porto Alegre não é nenhum desdouro. O problema foi a forma como perdeu. Mostrou-se desfigurado do começo ao fim. No empate com o Santos houve alguns sinais de evolução. Pouco, porém, para o que quer a exigente torcida alvinegra.
Ritmo e finalizações
A torcida do Fortaleza viu o time sair de uma produção oscilante (houve até quem interpretasse como declínio definitivo) para uma boa retomada de ritmo. Nesta parte, tudo bem. Aí surgiu a irregularidade nas finalizações. Pikachu andou perdendo gols que normalmente não perdia. O mesmo se pode dizer com relação a Ederson, Robson, David...
Descompasso
De nada adiantará jogar bonito, como realmente joga o Fortaleza, se não houver os devidos ajustes nas finalizações e maior atenção defensiva. Que adianta jogar bonito e sofrer os gols em falhas gritantes como aconteceu na Bahia? Que adianta jogar melhor e bonito, desperdiçar uma carrada de oportunidades e, no fim, por pura desatenção, sofrer um gol como sofreu na derrota para o Inter?
Incógnita
O Ceará ainda é uma incógnita. E não acredito que já na próxima partida se tenha o formato perfeito do que será aplicado pelo treinador Tiago Nunes. Futebol, não raro, funciona por “estalo”. De repente, os jogadores compreendem a proposta e passam a executá-la com exatidão. É uma espécie de aposta. Aí o time vai encaixando suas linhas.