Casos de animais que sofrem no translado de avião, infelizmente, têm sido mais comuns, envolvendo inclusive alguns óbitos. Na última segunda-feira (22), por exemplo, o golden retriever Joca, de apenas 5 anos, morreu após a Gol o enviar ao aeroporto errado.
Muito tempo nas caixas de transporte, alto nível de estresse e problemas com a variação de temperaturas podem levar a paradas cardiorrespiratórias. Por isso, é preciso que os tutores estejam atentos na preparação do pet para este momento.
Mesmo com situações que fogem do controle do tutor, é possível organizar uma viagem segura para os pets. Veja abaixo os cuidados e orientações de médicos veterinários sobre viagens de avião com animais.
Quais as formas de viajar de avião com o pet?
Segundo a médica e dermatologista veterinária, Juliana Furtado, existem duas modalidades de embarque para cães e gatos.
"Algumas companhias aéreas aceitam que os animais de até dez quilos embarquem junto com o tutor. Essa modalidade é mais tranquila porque ele fica sob vigilância do próprio dono. Uma outra forma de embarque do animal é como carga, que eles chamam de carga viva. Esse animalzinho vai no porão do avião e aí requer mais cuidados e até treinamento pra ele conseguir embarcar"
"Cães abaixo de dez quilos viajam com os tutores na parte entre uma um poltrona e outra, ficam ali nos pés, como sendo uma bagagem de mão. É uma viagem bem mais tranquila"
Juliana destaca que a modalidade de 'carga viva' não seja escolhida para pets que nunca tenham tido contato com uma caixa de transporte ou nunca tenham ficado longos períodos presos dentro desse objeto. "Isso porque o fato de estar preso no ambiente escuro, num ambiente diferente, com talvez outros estímulos e barulhos pode levar uma ansiedade, a um estresse".
É preciso alguma autorização de um médico veterinário?
Sim, é indispensável uma visita ao veterinário antes de viajar, inclusive é obrigatório apresentar um documento assinado para o embarque do pet. Na consulta, o médico vai emitir a guia de trânsito, segundo explica Juliana Furtado.
"O guia de trânsito é onde a gente atesta que o animal tomou a vacina de raiva, que o animal está livre de doenças e que pode embarcar. Ele está seguro. A gente consegue avaliar esse paciente mediante a uma condição clínica normal, realizado durante uma consulta normal."
Divens Firmino detalha ainda que é feita uma verificação de toda a parte clínica do animal. Além disso, a recomendação do médico é que animais com idade superior a seis ou sete anos devem fazer um check-up mais completo.
"Como é que estão as mucosas? Como é que estão os linfonodos? Se o animal tem alguma alteração de saúde, se já teve algum ataque epilético, se é cardiopata. A gente verifica toda a questão do histórico do animal
Tem alguma raça mais sensível a viagens de avião?
Divens Firmino diz que tem algumas raças que são mais sensíveis aos voos. "São cães que tem focinhos curtos, chamado de braquicefálico. Nessas raças a gente pode citar os buldogues, os pugs e o shih-tzu. Tanto que algumas companhias aéreas não aceitam a viagem desses animais no terminal de cargas".
Atenção para uma caixa de transporte adequada
Fique atento à dimensão da caixa de transporte durante a compra. A caixa precisa garantir que o pet fique de pé e que possa se esticar e fazer um movimento de 360°. "Também tem que ter altura superior pelo menos uns quatro a cinco centímetros superior a altura da cabeça do animal para não ficar numa posição desconfortável. Abaixado, agachado", explica Divens.
Além disso, o médico também orienta que é importante pré-adaptar o pet à caixa de transporte. O ideal seria começar alguns meses antes do voo. "Uma dica é que todo dia esse cãozinho passe duas horas ou duas horas e meia dentro da caixa de transporte para ele ir se acostumando com aquela situação. Assim, durante o voo ficar preso dentro daquela caixa não vai ser uma coisa muito estressante".
Para gatos, a orientação é a mesma, mas depende do temperamento de cada animal podendo ser necessário ter mais antecedência nesse treinamento.
Cheque as regras das companhias aéreas
A orientação geral é checar diretamente com o site e os canais de atendimento de cada empresa para saber detalhadamente todas as regras. É recomendado ainda comprar a passagem e solicitar os serviços com o máximo de antecedência.