Este ano, foram oito confrontos contra clubes europeus e apenas dois sets vencidos nos mundiais de vôlei realizados neste mês. Em um passado não tão distante, os brasileiros costumavam chegar mais longe, principalmente, no masculino, em que o Cruzeiro tem um retrospecto bastante positivo: desde 2012 foram quatro títulos. Nesse mesmo ano, tivemos o último vencedor no feminino, o Osasco.
Mas qual o motivo dessa queda de rendimento dos brasileiros? Achar uma única razão é difícil, mas o que se observa é o alto investimento dos clubes europeus nos principais atletas de diversas seleções. Enquanto os times nacionais vivem em um “looping” há anos. Sem grandes novidades nos formatos das competições, os resultados são previsíveis e marcados por ciclos.
Depois do grande domínio Rio x Osasco,a partir do início dos anos 2000 e dos títulos recentes concentrados entre Minas e Praia Clube, a principal competição nacional vive da mesmice também no masculino, com domínio do Cruzeiro, a exceção dos títulos conquistados por Taubaté nas edições 2018/19 e 2020/21.
Além disso, Copa do Brasil e campeonatos estaduais seguem a mesma tendência, mantendo o domínio dos campeões.
O reflexo do nível das competições pode ser observado também em relação aos jogadores. Os principais clubes conseguem contar no máximo com nomes de destaque, principalmente, da própria Seleção Brasileira, havendo poucas exceções internacionais, como a holandesa Anne Buijs, que joga no Praia Clube e a dominicana Yonkaira Peña, do Minas.
O que se passa nacionalmente reflete diretamente quando nossos times vão para fora. Internacionalmente, o nível é muito mais elevado e a última edição dos Mundiais, tanto feminino, como masculino, deixou isso bem evidente. Minas e Praia, que lideram entre as mulheres, passaram longe do título. A equipe de Uberlândia não ganhou nenhum set e a de Belo Horizonte terminou em 4ª lugar, da disputa de seis times. Entre os homens, o Cruzeiro ficou com o bronze, o Minas em 4º e o Campinas em último (6º).
A verdade é que o vôlei mundial vem mudando e nacionalmente essa transição tem acontecido de maneira mais lenta. Com um ciclo olímpico em andamento é impossível não associar esse reflexo também nas seleções, que não conquistaram nenhuma das principais competições do ano: Campeonato Mundial e Liga das Nações.